Um pioneiro que ajudou a construir Londrina e outras cidades
época ele importou as máquinas e os caminhões da Inglaterra. Ele vendeu a empresa a um grupo de japoneses e as máquinas eu soube que estão em atividade até hoje, no Pará. Sei disso, porque meu tio quem orienta como consertar”.
Noivo era casado com Maria de Jesus Marcelino. O casal teve cinco filhos, José , Antônio Filho, Odele, Elsa e Mário. Mas o caçula Mário Amado Noivo morreu de meningite no dia 7 de abril de 1945, quando ele tinha apenas 20 anos, uma das maiores tragédias familiares. “Na época não tinha vacina”, destacou Pereira.
Luiz Noivo Pereira relatou que a melhor lembrança do tempo de convívio com o avô eram as brincadeiras que fazia com ele ainda criança na máquina de café, as idas às fazendas em Sertanópolis e as corridas com o carrinho de rolimã. “Era um outro tempo.” O neto do pioneiro ressalta a índole boa do avô. “Ele era uma pessoa que queria ficar junto com povo. Fazia jantares e adorava fazer refeições em mesa grande. Adorava bacalhau e sardinha na brasa, mas no dia a dia era o arroz e feijão que fazia parte do cardápio”, destacou.
COMPATRIOTAS E PESSOAS DE OUTRAS ETNIAS
Além de ter ajudado muitos portugueses que vinham para cá, sempre se deu bem com pessoas de outras etnias. “Ele também ajudou muito os japoneses e outras pessoas. O Celso Garcia Cid era motorista da Companhia de Terras Norte do Paraná e quando viu a oportunidade de comprar a jardineira, meu avô ajudou com dinheiro para que ele comprasse o primeiro ônibus da Viação Garcia”. Com a cidade em expansão, o movimento da olaria era intenso. Muitas pessoas precisavam dos tijolos e telhas fabricadas por Noivo.“meu avô também doou todos os tijolos utilizados na construção da sede da Folha de Londrina para o João Milanez. Enquanto minha mãe era viva a Folha enviava os exemplares para a casa dela”.e foi um dos fundadores da Cervejaria Londrina, que popularmente acabou denominando um trecho dos bairros Aeroporto, Jardim Vera Cruz e Jardim Graziela.
Hoje seus descendentes estão espalhados pelo mundo: Suíça, China, Japão, Estados Unidos e também pelo Brasil inteiro. Mas a base da família sempre foi Londrina. “Me lembro de nossa convivência na casa da rua Mato Grosso com a rua Raposo Tavares. Gostava de pegar os netos para contar histórias. Mesmo com propriedades e negócios em outras cidades, ele era apaixonado pelo Norte do Paraná e por Londrina. Ele morreu aqui em 1964, aos 66 anos”.