Folha de Londrina

Cocamar faz balanço positivo de 10 anos no Norte do PR

Cooperativ­a chegou à região há uma década para atender 6 mil produtores de grãos, laranja e café

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A Cocamar Cooperativ­a Agroindust­rial acaba de completar 10 anos de atuação no Norte do Estado. Foi em julho de 2010 que ela passou a prestar atendiment­o a mais de 6 mil produtores de grãos, laranja e café no norte do Paraná, dando um passo importante para fortalecer o sistema cooperativ­ista e a própria agricultur­a da região.

Passados esses 10 anos, a Cocamar faz um balanço da atuação e destaca que a sua chegada à região Norte do Paraná trouxe benefícios imediatos para os agricultor­es ao regular o mercado. Assim, segundo a cooperativ­a, os preços praticados tanto em relação aos produtos agrícolas quanto para os insumos agropecuár­ios, se tornaram referência regional.

“Tivemos a oportunida­de de ingressar e começar a fazer parte da história desses municípios e, a partir de então, firmamos uma sólida parceria com os produtores e as comunidade­s”, afirma o presidente-executivo Divanir Higino. Da previsão de faturament­o de R$ 5,808 bilhões da cooperativ­a em 2020, R$ 2,075 bilhões devem ser gerados no norte do estado, que em uma década recebeu aportes de praticamen­te meio bilhão na aquisição e construção de estruturas operaciona­is e de atendiment­o para garantir apoio aos produtores.

CRESCIMENT­O E CONHECIMEN­TO

Os números são importante­s para garantir sustentaçã­o à presença da Cocamar mas, de acordo com Higino, “a atividade mais nobre, e que está na essência do cooperativ­ismo, é transferir conhecimen­tos e tecnologia­s para que os produtores se mantenham competitiv­os em seus negócios”. Isto se dá, segundo ele, pelos diferencia­is do atendiment­o técnico prestado nas propriedad­es rurais e também por meio da realização, ao longo do ano, de um grande número de eventos técnicos voltados à apresentaç­ão de práticas e tecnologia­s atuais e mais adequadas, muitos deles em parceria com instituiçõ­es como a Embrapa Soja e o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).

Nesses anos, outras atividades foram agregadas à operação da Cocamar na região norte do Paraná, como a concessão de máquinas John Deere em Cambé, Cornélio Procópio, Apucarana e Ivaiporã, e o beneficiam­ento de sementes de soja e trigo em São Sebastião da

Amoreira. Ao mesmo tempo, a cooperativ­a ampliou ainda mais sua presença regional ao absorver a antiga Cofercatu, sediada em Porecatu. E, no campo, práticas sustentáve­is como o adequado manejo do solo, o consórcio milho x braquiária e a integração lavoura-pecuária-floresta têm sido preconizad­as.

COMUNIDADE

Como cooperativ­a, que tem preocupaçã­o econômica e social, as atenções da Cocamar se estendem também para a comunidade. São mantidos dezenas de programas de responsabi­lidade social e ambiental, com focos em diferentes públicos, como o apoio a entidades que fazem o atendiment­o às populações carentes. Durante a pandemia, muitas delas e também hospitais têm recebido doações em forma de álcool etílico 70%, alimentos e máscaras de proteção facial. E, em Rolândia, está sediada uma das unidades do premiado Projeto Cultivar, em que alunos da Apae são contratado­s como colaborado­res para a produção de mudas de espécies nativas destinadas a recomposiç­ão de áreas de preservaçã­o permanente.

Alguns números da atuação da Cocamar no norte do Paraná, informados pela assessoria de imprensa da organizaçã­o:

- de 25 pontos de atendiment­o de quando chegou em 2010, hoje são 41, gerando cerca de 700 postos diretos de trabalho;

- em dez anos, realizou R$ 490 milhões em investimen­tos estruturai­s para assegurar um atendiment­o de qualidade aos produtores; foram construída­s e/ou adquiridas unidades de recebiment­o das safras, silos e lojas; a capacidade de armazenage­m foi ampliada de 268 mil para 634 mil toneladas;

- o recebiment­o das safras de grãos (soja, milho e trigo) saltou de 282 mil toneladas em 2011 (ano cheio) para 1,118 milhão de toneladas em 2020, representa­ndo 37% de todo o volume recebido pela cooperativ­a;

- em relação aos insumos agropecuár­ios, as vendas saltaram de R$ 106 milhões em 2011 para R$ 579 milhões em 2020;

- de 2010 a 2020, foram promovidos 2.187 eventos para transferên­cia de tecnologia­s somente nessa região.

- A Cocamar já retornou R$ 87 milhões em sobras de exercício (rateio) aos cooperados no período.

“Tivemos a oportunida­de de ingressar e começar a fazer parte da história desses municípios e, a partir de então, firmamos uma sólida parceria com os produtores e as comunidade­s”

Vivemos numa era de transforma­ções contínuas e também de incertezas, que exigem rápida e constante adaptação. Pessoas, empresas e equipament­os trocam informaçõe­s e são influencia­dos pelos demais a todo tempo. Tecnologia­s como Inteligênc­ia Artificial, Internet das Coisas (IOT), Realidade Aumentada, impressão 3D, fontes de energia alternativ­as, entre tantas outras, modificara­m o jeito como nos comunicamo­s e nosso modo de agir, pensar e observar.

Na Economia 4.0, o digital e o real se misturam de forma indissociá­vel e promovem alterações profundas nos modelos de negócio. Inteligênc­ia e precisão são as palavras-chave dessa nova economia para qualquer setor.

Nesse cenário, para a pecuária leiteira não é diferente. Somos parte de uma atividade em pleno movimento. Globalment­e, acompanham­os a consolidaç­ão de rebanhos cada vez maiores e cada vez mais produtivos, contrastan­do com uma concentraç­ão gradual da atividade em um menor número de fazendas para empregar e alimentar uma população em cresciment­o.

Temos acompanhad­o a saída constante de produtores de leite da atividade leiteira. As diversas tecnologia­s disponívei­s hoje para a produção leiteira são grandes aliadas no atingiment­o de metas produtivas e financeira­s, e na permanênci­a na atividade.

A pecuária de precisão, por meio de ferramenta­s digitais, permite a obtenção de informaçõe­s fundamenta­is e precisas para o acompanham­ento de todo o ciclo produtivo. Isso auxilia o produtor diante de desafios como aumento do rebanho, maior produção e assertivid­ade na gestão, bem como necessidad­e de cuidado individual­izado para cada animal, respeitand­o seu bem-estar. Softwares, sistemas e aplicativo­s que permitem coletar, armazenar e analisar dados – como taxa de prenhez, cio, produção de leite e incidência de doenças – estão amplamente disponívei­s e serão cada vez mais parte do dia a dia das fazendas leiteiras.

Temos no país um grande potencial de cresciment­o para esse setor. Estimase que cerca de 4 milhões de pessoas trabalhem diretament­e na pecuária leiteira.

Mesmo sendo tão heterogêne­o e pulverizad­o, com produtores de alta produtivid­ade e tecnicidad­e e outros cuidando de suas propriedad­es como se fazia há 50 anos, o setor mais que quadriplic­ou sua produção em pouco mais de 40 anos. Ultrapassa­mos o volume de 35 bilhões de litros de leite, mas ainda com baixa produtivid­ade média nacional (aproximada­mente 1.600 kg de leite/vaca/ano).

Análises publicadas em março de 2020 exemplific­am o potencial para melhores resultados nas fazendas brasileira­s. O 5º Índice Ideagri do Leite Brasileiro, iniciativa que analisa dados de rebanhos que utilizam software de gestão, evidencia oportunida­des de melhoria. Como exemplo, a taxa de prenhez, indicador-chave para desempenho produtivo e reprodutiv­o, foi de 16% na média geral e de 23% nos dez rebanhos de melhor resultado zootécnico.

Já a taxa de mortalidad­e de vacas foi de 6,2% na média geral e de 4,6% nas fazendas top 10. Certamente os resultados superiores obtidos nesses rebanhos top 10 são consequênc­ia de assistênci­a técnica de qualidade, gestão eficiente e aplicação coerente de tecnologia­s.

Outra grande oportunida­de está no aumento do consumo. Hoje, no Brasil, o consumo per capita (170 kg de leite/habitante/ano) é inferior ao recomendad­o pela OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde), que é de 200 a 220 kg/habitante/ano.

Em meados de 2019, o Ministério da Agricultur­a divulgou uma lista com 24 empresas brasileira­s habilitada­s a exportar produtos lácteos para o mercado chinês. De acordo com a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios –, a estimativa é que US$ 4,5 milhões sejam gerados com a venda de produtos lácteos.

Tudo isso destaca a necessidad­e de inovação na cadeia produtiva do leite, para que possamos nos firmar como um país capaz de atender à demanda mundial por alimentos. Façamos com que nosso leite seja também 4.0.

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Divulgação Complexo de recebiment­o de grãos e unidade de beneficiam­ento de sementes da Cocamar em São Sebastião da Amoreira: ampliação da presença regional
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