Folha de Londrina

Prevenção ao coronavíru­s: você tem empatia ou é antissocia­l?

Professor de Psicologia da UEL participa de pesquisa sobre o perfil das pessoas que dão mais ou menos importânci­a às medidas, como uso de máscara

- Micaela Orikasa

Consideran­do que a pandemia do coronavíru­s implicou em mudanças comportame­ntais para a maioria da população, pesquisado­res na área de Psicologia aplicaram perguntas e testes a mais de mil pessoas para entender como elas estão lidando com essa nova situação. Os resultados revelaram diferenças significat­ivas no nível de engajament­o com as medidas de prevenção entre dois grupos: de empatia (pessoas que se preocupam mais com o bem-estar dos outros e tendem a extrair mais prazer da convivênci­a social) e antissocia­l (pessoas cujas interações sociais são mais voltadas para benefício próprio em vez do bem-estar comum, e tendem a ter uma vivência social negativa).

A coleta de dados ocorreu de março, no início da pandemia, até junho. “O grupo empatia respondeu o questionár­io mostrando maior preocupaçã­o em usar máscara, higienizar sempre as mãos, adotar isolamento social para evitar contágio, tanto contrair a doença quanto transmitir para outras pessoas. Já o grupo antissocia­l mostrou menor preocupaçã­o com essas medidas, minimizand­o sua importânci­a, ou minimizand­o a doença”, afirma o professor Fabiano Koich Miguel, do Departamen­to de Psicologia e Psicanális­e da UEL (Universida­de Estadual de Londrina).

Outro achado do estudo é sobre o nível de engajament­o nas medidas de contenção entre todos os respondent­es. “Tanto do grupo empatia quanto do grupo antissocia­l tendeu a se manter relativame­nte estável. Ou seja, as pessoas tenderam a mudar pouco seus hábitos. Dito de outra maneira, as pessoas não começaram a se engajar mais nem menos na quarentena e nas medidas de contenção, ao longo do tempo”, observa.

Miguel conduziu as avaliações junto com o professor Lucas de Francisco Carvalho, da USF (Universida­de São Francisco), de Campinas (SP), da mestranda Gisele Magarotto Machado e da pesquisado­ra e psicóloga Giselle Pianowski.

Poderia haver maior investimen­to, por meio de políticas públicas, no senso de comunidade e de união dos brasileiro­s”

SENSO DE COMUNIDADE

“Os principais resultados mostram que há diferenças quanto ao nível de engajament­o

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil