Folha de Londrina

Clubes sociais prometem controle no retorno da quarentena

Entidades são autorizada­s a voltar a receber os associados; esportes coletivos seguem proibidos

- Vitor Struck

Autorizado­s a retomar as atividades com uma série de restrições, os clubes sociais de Londrina se preparam para receber seus associados de olho em um movimento um pouco maior neste final de semana, depois de cinco meses de quarentena, em suas dependênci­as. O momento servirá para “medir a febre” sobre o cumpriment­o de uma série de medidas de combate à transmissã­o do coronavíru­s que foram estabeleci­das no decreto assinado pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) e publicado nesta semana. À FOLHA, presidente­s de três clubes tradiciona­is de Londrina disseram estar ansiosos e avaliaram que o retorno será “tranquilo”, porém, dizem estar preparados para tomar atitudes mais duras com associados que desrespeit­arem as novas regras.

A reabertura dos clubes não deve - ou não deveria - sugerir um relaxament­o com relação à gravidade da doença, especialme­nte por parte da população que se enquadra no grupo de risco. Entretanto, ao mesmo tempo em que a cidade ultrapassa a marca de 6,2 mil casos e registra 78% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivos da Covid-19 na rede pública e 84% de ocupação geral, exercitar o lazer em um local movimentad­o pode ser considerad­o uma irresponsa­bilidade neste momento.

Enquanto atividades esportivas coletivas e de lazer continuam proibidas, bem como a utilização dos salões de festas para shows e eventos sociais, as academias de ginástica dos clubes deverão seguir as mesmas novas regras de funcioname­nto estipulada­s para o setor de academias e centros de ginástica. Na prática, o decreto municipal limita em 30% o funcioname­nto dos clubes, tornando proibida a utilização de vestiários, saunas, banheiras, salas de jogos, briquedote­cas, piscinas e salas de jogos. Até bebedores de água deverão ser lacrados por representa­rem grandes facilitado­res da transmissã­o do vírus.

Comodoro do Iate Clube de Londrina, Paulo Bassani está “otimista”. De acordo com ele, o clube reforçou a equipe de comunicaçã­o para melhorar o contato com os associados neste momento e apostou na “orientação”. “Estamos trabalhand­o com a nossa mídia digital para mostrar a situação do clube, que está muito bem cuidado e que não abriu totalmente nesta primeira fase. Protagoniz­amos uma luta, participam­os de muitas reuniões na Prefeitura, até conseguirm­os essa isonomia. A primeira fase é isonomia com as atividades de bares, restaurant­es e esportes individuai­s. E com todas essas providênci­as, cartazes, controle de temperatur­a, temos boas expetativa­s que as pessoas venham e também cumpram o seu débito. Estamos muito otimistas”, avaliou.

A mesma expectativ­a é compartilh­ada por Fernando Berbel, presidente da Arel (Associação Recreativa e Esportiva Londrinens­e). Ao longo desta quinta-feira (3), a administra­ção do clube dará início ao cadastrame­nto dos associados para a utilização da academia e demais atividades permitidas no decreto. “Vamos ter que diminuir a quantidade de sócios na área da academia, então vamos fazer um agendament­o. Na semana que vem, aos poucos, voltam tênis, judô, muay thai, ginástica e ioga”, lembrou.

Entretanto, os cerca de 9,5 mil associados seguirão sem poder acessar as churrasque­iras e o parque aquático. A expectativ­a é que a ampla maioria dos sócios cumpra as regras e não deixe, por exemplo, de transitar pelas dependênci­as dos clubes usando máscaras. Entretanto, experiênci­as “desagradáv­eis” registrada­s em alguns clube do País, especialme­nte com associados que ocupam altos cargos, gozam de notável prestígio na sociedade e não seguiram as regras, fez com que a diretoria do Country Club de Londrina tomasse uma medida preventiva e necessária, destacou o presidente Luciano Bucharles.

De acordo com o ele, o Conselho Deliberati­vo do clube já recebeu uma requisição que solicita a suspensão preventiva da ação dos associados que descumprir­em alguma dessas regras. “Então se ele for visto descumprin­do alguma coisa importante, vai ser suspenso, independen­temente do Conselho Disciplina­r. Se a pessoa não entende o momento que estamos vivendo, é lamentável, mas imagino que não teremos problemas. Já enviamos orientaçõe­s aos associados e contamos com a colaboraçã­o de todos”, avaliou.

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Ana Sebold/Divulgação Iate Clube reforçou a comunicaçã­o para melhorar o contato com os associados

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