Witzel diz que impeachment é ação nacional para pulverizar oposição a Bolsonaro
Rio de Janeiro - Em defesa apresentada à Assembleia Legislativa do Rio no âmbito de seu processo de impeachment, o governador afastado Wilson Witzel (PSC) sugeriu, em três passagens distintas, ser vítima de uma perseguição política por fazer oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O ex-juiz também se debruçou sobre argumentos jurídicos para afirmar que não há provas que embasem o processo e que os supostos atos ilícitos não foram delimitados nas denúncias que tiveram prosseguimento na Casa.
O documento, apresentado na noite de quarta-feira (2), pede que a Assembleia faça os devidos esclarecimentos e conceda novo prazo para manifestação da defesa. O afastamento de Witzel foi confirmado também na quartafeira pela corte especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O ex-juiz foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que o acusa de ter chefiado um esquema de desvio de recursos públicos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus no estado do Rio.
No início do documento apresentado à Assembleia, a defesa afirma que existe um “intento político de afastar o governador democraticamente eleito”, replicado em outros estados do país.
“Essa pretensão se insere dentro de um movimento mais amplo, e concertado, com vistas a remover, no âmbito de vários estados federados (AM, PA, SC), por meio de processos análogos de impeachment, governos locais de oposição ao governo federal”, afirma.