Para diretor de Trânsito, faltam campanhas maciças
O diretor de Trânsito da CMTU, Sérgio Dalbem, disse que são diversos os mecanismos disponíveis nas ruas e avenidas para garantir a segurança dos pedestres. Ele cita a faixa de pedestres com ou sem semáforos, as placas verticais sinalizando a travessia, principalmente para os condutores, os semáforos com portafoco que traz a figura do pedestre em verde e vermelho, as botoeiras e as placas de Olhe e Sinalize.
“O principal deles é a própria pessoa, sinalizando que quer atravessar a rua e fazer com segurança assim que todos os carros pararem. Mas é preciso que todos assumam isso, cobrando dos veículos porque os pedestres são o elemento mais frágil e importante do trânsito”, pontuou.
Dalbem acrescentou ainda que faltam campanhas maciças dirigidas aos pedestres, inclusive de grandes montadoras. “Estamos aí com praticamente 100 anos do automóvel no Brasil e desde então, toda campanha foi voltada para o consumo, luxo, status. é preciso mudar um pouco o foco. Em algumas cidades, só nos últimos 15 anos é que se começou a fazer campanha para o ser humano em relação aos direitos que ele tem como pedestre”.
NÚMEROS
Em julho, a FOLHA publicou um levantamento encomendado pelo Corpo de Bombeiros a respeito dos acidentes de trânsito em Londrina. De 11 de março (início da pandemia) até 29 de julho, a corporação registrou uma queda de 26% em comparação ao mesmo período de 2019. Foram 1.426 ocorrências no ano passado e1.052em2020.
As colisões entre automóveis representam mais da metade do total de registros deste ano, com 593 atendimentos, seguido de quedas de motos (297), choque contra anteparo, como postes ou árvores (68), atropelamentos (64), capotamentos (22), tombamentos (5), saídas de pista (2) e submersão de veículo (1).
Os números dos bombeiros são incluídos no Placar do Trânsito da CMTU, mas apesar da diminuição nas ocorrências, Dalbem chamou a atenção naquela ocasião sobre os números de atropelamentos. Conforme a última divulgação da companhia, que compreendeu o primeiro semestre deste ano, foram 108 pessoas atropeladas contra 140 no mesmo período de 2019. O número de mortes não teve uma redução. Foram 9 óbitos nos seis primeiros meses do ano passado e 10 em 2020.
“É um sinal de que os motoristas e motociclistas continuam imprudentes, mas o pedestre precisa colaborar. Para isso, temos a campanha Olhe e Sinalize, em que a pessoa, com um gesto simples, avisa ao condutor que quer atravessar. Nessa época de império dos celulares, é uma medida que pode evitar até uma morte”, esclareceu.
(Micaela Orikasa e Rafael Machado)