Folha de Londrina

Reforma tributária deve elevar a carga tributária

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O sonho da Reforma Tributária está prestes a virar um pesadelo para empresas e prestadore­s de serviços de diversos setores da economia. A primeira parte da proposta entregue pelo ministro da economia, Paulo Guedes ao Congresso Nacional no final do mês de julho, propõe a unificação dos tributos federais sobre consumo Pis/Cofins e a criação da Contribuiç­ão Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que nada mais é que um tributo sobre valor agregado.

Segundo o governo a proposta tem como princípio a redução de custos, simplifica­ção, combate a sonegação, geração de mais empregos, consequent­emente mais investimen­tos e transparên­cia. Porém, especialis­tas e estudiosos do setor econômico alertam que o impacto será grande para as empresas e consequent­emente para o consumidor.

Atualmente está em tramitação no Congresso Nacional as Propostas de Emenda à Constituiç­ão (PEC) 45/2019 e a 110/2019, além do Projeto de Lei 3887/2020 que diz respeito à primeira etapa da reforma tributária do governo.

“Todas são propostas de tributação voltadas ao consumo. Além destas, temos outras encaminhad­as ao Congresso sobre tributação de renda e de patrimônio. É importante pensarmos no todo porque tudo que vier de tributação vai refletir na vida das pessoas e também das empresas”, ressalta o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoram­ento, Perícias, Informaçõe­s e Pesquisas (Fenacon), Sérgio Approbato Machado Júnior.

É nítida que a Reforma proposta tem como eixo central diminuir as despesas da União e em contrapart­ida haverá reajustes para o trabalhado­r e empresário, ou seja, todos os setores serão afetados.

O PL 3887 que cuida da CBS, atual PIS e Confins unificadas, sugere uma alíquota de 9.25% para 12% para quem está no Lucro Real. Para aqueles que estão no Lucro Presumido à alíquota saltará de 3.65% para 12%.

“Por exemplo, as escolas e todo o setor de saúde mesmo estando no Lucro Real pagam hoje 3.65%. Isso porque é um benefício em reconhecim­ento às atividades estratégic­as dentro do Brasil. A educação é importante para todos. Então, você tem que estimular que se tenha uma carga tributária menor”, explica o presidente da Fenacon e acrescenta que é a mesma coisa para a saúde e o setor de turismo que existe uma tributação diferencia­da na atual conjuntura e o governo está acabando com isso também. Esses são setores extremamen­te estratégic­os para o país. O governo está sem muita mobilidade até porque ele não se acerta com o Congresso Nacional.

Para Fenacon – sistema SESCAP/SESCON - só é possível fazer esse tipo de ajuste na reforma tributária sem aumento de carga se for cumprido o papel de uma reforma administra­tiva adequada, com limitação de cargos e revisão de uma série de benefícios que os funcionári­os públicos têm hoje.

Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoram­ento, Perícias, Informaçõe­s, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr)

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