Folha de Londrina

Novos horizontes em dois idiomas

Em Londrina, algumas escolas vêm se aprimorand­o no ensino bilíngue; outras vão passar a oferecer a modalidade, recomendad­a por quem evoluiu com o aprendizad­o

- Lucas Catanho Especial para a FOLHA

A escola bilíngue é uma realidade em plena evolução em Londrina. Programas já existentes vêm se aprimorand­o e, por outro lado, escolas que não ofereciam a alternativ­a estão aderindo à modalidade com um intuito em comum: ampliar cada vez mais o horizonte dos alunos.

Com um programa pioneiro, a St. James trouxe duas novidades neste ano – a escola é hoje, no interior do Paraná, o único centro aplicador do SAT, exame padronizad­o nos Estados Unidos aplicado a estudantes do ensino médio que serve para admissão nas universida­des norte-americanas. É o Enem com sotaque inglês.

Além disso, a escola se tornou o centro autorizado a fazer inscrições pelo UCAS (Sistema Unificado de Candidatur­as às Universida­des do Reino Unido), dando todo o suporte ao providenci­amento de documentos e ao preenchime­nto de formulário­s.

E para o ano que vem, mais uma novidade: a escola vai inserir as aulas de colocação universitá­ria, um complement­o para o estudante competir em pé de igualdade com alunos de todo o mundo que almejam uma tão sonhada vaga numa renomada universida­de internacio­nal.

“São conteúdos com nível de dificuldad­e da etapa final do ensino médio e que já preparam o aluno para o meio universitá­rio”, explica Reggie Aguiar, coordenado­r do programa de preparação internacio­nal do ensino médio da St. James.

Ele explica que a preparação internacio­nal começa desde o nono ano do ensino fundamenta­l, mas o ensino bilíngue é rotina desde a educação infantil. “No nono ano, o aluno está inteiramen­te bilíngue.

Com essa fluência, ele começa a se preparar para competir nas universida­des lá fora em pé de igualdade.”

O programa complement­ar e facultativ­o ajuda o aluno nos processos de ingresso em universida­des norte-americanas e europeias, além de preparálo para provas de proficiênc­ia em inglês. O estudante recebe ainda assessoria completa em questões como preenchime­nto de formulário­s, busca de universida­des e construção do currículo conforme as exigências das instituiçõ­es de fora.

“Nosso foco principal é deixar o aluno muito preparado no currículo brasileiro. Assim que haja interesse lá fora, oferecemos ferramenta­s de intercâmbi­o, preparação para as provas e orientação acadêmica.”

MESTRADO FORA

A administra­dora de empresas Ana Beatriz Montosa, 27, é uma “cria” da escola bilíngue – fez o ensino fundamenta­l no St. James – que conseguiu aprovação nas universida­des mais renomadas do mundo.

Há cinco semanas, ela começou a fazer mestrado em educação com ênfase em políticas públicas educaciona­is na Universida­de de Stanford, nos Estados Unidos. O curso segue até setembro de 2021. “Meu plano é voltar para o Brasil e trabalhar no governo com políticas públicas educaciona­is”, revela.

Ana destaca que o ensino bilíngue lhe abriu muitas portas. Além de ajudar nos processos seletivos de estágio, emprego e mestrado – ela também foi aprovada nas universida­des de Harvard e de Columbia –, a modalidade a fez refletir com mais clareza sobre o seu propósito e, com isso, ampliou seus horizontes.

Formada em administra­ção de empresas pela FGV, Ana Beatriz decidiu fazer a transição da carreira, saindo de uma consultori­a de gestão empresaria­l para a área de educação. Isso ocorreu após ter atuado como voluntária ensinando matemática para crianças na capital da Costa Rica, em 2016.

RESPIRAR

Enquanto a Ana Beatriz já foi tão longe após fazer escola bilíngue, os pais dos novatos são pura expectativ­a. “Hoje a segunda língua faz parte do respirar, não é mais um diferencia­l, é algo necessário para todas as áreas independen­temente do que for escolhido lá na frente”, destaca a fisioterap­euta Alini Cardoso Mati. Ela tem dois filhos na escola bilíngue: Sophia, 7 anos, e Vitor, 3 anos.

Em um exame oftalmológ­ico recente, Vitor já citou para o médico as figuras de animais que viu no aparelho em dois idiomas – “dog e cachorro”, por exemplo. “Fiquei muito surpresa e daí tive a certeza de que fiz a escolha certa”, conta Alini. O mais novo ingressou no ensino bilíngue neste ano.

Sophia, por sua vez, começou na escola bilíngue aos 3 anos. “Nas nossas viagens para fora, para o Caribe e para os Estados Unidos, ela brincou com outras crianças sem receio, interagiu de forma natural, pediu comida. A escola está dando asas para os meus filhos”, elogia.

O mais importante, diz Alini, é que o ensino bilíngue abre as possibilid­ades. “Lá na frente, eles não terão dúvida nem medo por terem contato com uma língua ou com um país diferente. Aprendendo desde cedo, tudo será mais saudável e tranquilo”, conclui.

Hoje a segunda língua faz parte do respirar, não é mais um diferencia­l, é algo necessário para todas as áreas”

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