Professores em busca de conexão
Pandemia desafia profissionais diante da tecnologia e da desigualdade
Cardoso, este é o momento mais desafiador desde o início da carreira, em 2012. Mesmo diante de tantas dificuldades e incertezas, o aprendizado e a troca de conhecimento com os alunos têm surtido efeitos dentro e fora das salas de aula.
“Em 2015, um aluno em Lerroville me pediu para gravar a aula e eu disse que tudo bem. Ele gravava e assistia em casa. Depois deu a ideia de fazer um canal no Youtube. Eu nem sabia fazer isso. Os alunos me ajudaram. Fizemos o canal e eu fui colocando sem editar os vídeos, sem nada, só para ajudá-los mesmo. Não tinha pretensão nenhuma. Só queria dar uma força para a turma. Quando começou a pandemia, resolvi investir mais nisso”, explica.
No início, a resolução dos exercícios era feita em folhas de caderno ou sulfite. O canal Matemática Londrina tem pouco mais de 1,4 mil inscritos. Os agradecimentos nos comentários se tornaram incentivo para as novas gravações.
Apesar do canal on-line, para ele, nada substitui o ensino presencial. “A escola não é só um local para fazer contas, para aprender a ler e a escrever. Pelo olhar, a gente sabe quando o aluno não entendeu bem o conteúdo e a criança precisa também do convívio social. O emocional dos alunos está muito ruim. [...] Ser professor não é fácil. É preciso ter muito preparo psicológico para passar por tudo isso.”