Dia dos Professores é marcado por desafios e pela capacidade de adaptação. FOLHA publica Especial Matrículas com reportagens sobre novo modelo de ensino e dicas para casos de mudança de escola
Para especialista, ideal é completar o ciclo em uma mesma escola, mas quando se decidir pela troca, os pais devem fazer um planejamento
O final do ano letivo está chegando, e nesta época é comum a mudança dos filhos de escola. Os motivos de se estudar em um outro local são diversos, mas especialistas são unânimes ao afirmar que escolher a nova escola requer planejamento por parte dos pais. Seguindo esse norte, há maior chance de o processo ser bemsucedido.
“Para encontrar a escola mais adequada, os pais devem fazer uma pesquisa de mercado, levando em consideração os mesmos motivos que o levaram a querer trocar de escola”, explica a pedagoga Ione Vasconcellos, especialista em psicopedagogia clínica.
Especialista em psicopedagogia e neurociências pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), a pedagoga Fernanda Passarelli considera que os pais devem levar em conta aspectos como qualidade do ensino, experiência docente, proposta pedagógica, infraestrutura, análise das atividades oferecidas, carga horária e se há disponibilidade de diálogo da escola com a família. “A escolha de uma escola deve ser direcionada aos valores da família e considerando o perfil do filho”, destaca.
Existe o motivo óbvio de mudança quando a escola atual não oferecerá a série em que o aluno estará no próximo ano. Nesse caso, a mudança costuma ser mais tranquila, já que não houve uma insatisfação com a escola. “Entretanto, quando há insatisfação por algum motivo, a mudança torna-se mais delicada”, pontua Ione.
Pode ser que a criança não se adapte à metodologia adotada pela antiga escola, por motivo econômico, mudança de cidade ou endereço.
“O importante é que a família esteja segura da mudança que quer fazer. Coloque no papel os prós e contras da mudança e pese nesta balança a real necessidade de mudar de escola. Completar um ciclo numa mesma escola é muito importante para as crianças e adolescentes, sendo assim, a troca só será conveniente se o seu filho estiver tendo prejuízo social, cognitivo ou emocional. Ou no caso daqueles que estudam numa escola particular, se os pais estão com problemas econômicos”, diz Ione.
Em todos os casos, porém, é sempre necessário conversar com a criança e explicar a ela motivo da mudança. “Quando os pais estão seguros, a criança compreenderá e será mais tranquila a adaptação. De qualquer forma, quem toma a decisão de mudar de escola são os pais.”
DIÁLOGO
A pedagoga Fernanda Passarelli já atendeu famílias que optaram pela troca de escola porque o filho estava com muita dificuldade na aprendizagem e não conseguiam dialogar com a equipe pedagógica.
“Ir à escola é um ato social que envolve aprendizagem formal e informal, e deve ser prazeroso para a criança. Se há algum tempo a criança chora para ir à escola, apresenta baixo desempenho ou vai e volta muito mal-humorada, é um sinal de alerta para os pais. Muito importante os pais ouvirem seus filhos antes de tomar qualquer decisão.”
A pedagoga Ione Vasconcellos acrescenta que, para evitar tais problemas, é preciso que os pais estejam bem seguros em relação à mudança de escola. “É a segurança dos pais que vai apoiar a adaptação ao novo ambiente. É possível que surja algum problema, sim. Por isso é necessário tomar algumas providências [leia mais no quadro].”
Fernanda Passarelli lembra que, caso haja opção pela troca, é essencial os pais explicarem para o filho sobre a necessidade da mudança e os reais motivos, sempre com muita verdade. “Ouçam o filho e acolham as angústias que possam surgir e falem de coisas boas que podem acontecer com a troca, como, por exemplo, novos amigos, novas aulas, novo espaço etc. O pai e a mãe ou cuidadores são o porto seguro dos filhos.”