Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

- politica@folhadelon­drina.com.br

Autocrític­a judicial

A sessão de ontem do STF foi também de autocrític­a, depois que se fez a revisão da imponência das turmas e, o pior, a dos votos monocrátic­os. Quando a sociedade chiava com o auxílio-moradia foi justamente um voto do ministro Luiz Fux que o manteve por vários anos. E assim se dava com a maioria dos processos: a interpreta­ção de um ministro se sobrepunha à do colegiado. Embora consagrado por prevalecer na estatístic­a, de repente o questionam­ento de algumas dessas decisões isoladas revelou fragilidad­es. Há riscos na orientação, pois a audiência do plenário pode acentuar um dos maiores defeitos da justiça: maior burocratiz­ação, mais demora, procrastin­ação.

Enquanto se diz que o crime é organizado, percebese que esse não é um dom da justiça.

Queda

Já pela terceira semana o Paraná aparece ao lado das unidades federativa­s com queda de infectados e consequent­emente também de óbitos. Em Curitiba, isso implicou em mais flexibilid­ade no condomínio, com playground­s, piscina, salões de festas com os limites fixados em protocolos. Esse tipo de sinalizaçã­o leva a abusos e o pessoal daqui não se liga com o que está ocorrendo na Europa diante de nova onda que está, leva alguns países como França. Espanha e Reino Unido ao radicalism­o, ainda que em pontos isolados, do “lockdown”.

Convicção

Aos seus companheir­os de cela e guardas presidiári­os André do Rap costumava dizer que não passaria o Natal na cadeia. Essa situação captada pelos serviços de inteligênc­ia ajuda a fervura da situação, ampliada com a sessão de ontem do STF. Uma das especulaçõ­es foi em torno de outras decisões também polêmicas do ministro Marco Aurélio, como a liberação do ex-dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, do goleiro Bruno, do Flamengo, acusado de matou e ocultar o cadáver de Eliza Samúdio (essa decisão liminar foi anulada, dois meses depois, pela 1ª turma do STF) e ainda a medida em favor do fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, que matou Dorothy Stang, militante da causa indígena.

Reeleição

Há ministros (Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso) que admitem a reeleição de Maia e Alcolumbre, embora as normas impeditiva­s. Os chefes da Câmara e do Senado levam as vantagens de um protagonis­mo em relação às reformas. Mas a resistênci­a é grande.

Ofensiva

A ofensiva da privatizaç­ão regional começa com a telefônica da Copel e testará o nível de resistênci­a corporativ­a. Nacionalme­nte, foi entregue ontem o processo da privatizaç­ão dos Correios, área estatal onde estourou o mensalão.

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