Atração e retenção de talentos é tema de evento em Londrina
4° Fórum em Debate, promovido pelo Fórum Desenvolve Londrina, reuniu painelistas do mundo empresarial e do meio acadêmico
A geração de emprego e renda e a retenção de talentos nas companhias foi o tema do 4º Fórum em Debate, realizado nesta quinta-feira (15). O evento on-line reuniu representantes do mercado e do meio acadêmico, e foi organizado pelo Fórum Desenvolve Londrina. Por mais de duas horas, os cinco painelistas participantes discutiram sobre o processo de busca e contratação de talentos e sobre como conseguir o engajamento ao propósito da empresa desses profissionais altamente capacitados.
Gerente regional Norte do Sebrae PR, Fabrício Bianchi destacou que primeiro é preciso desmistificar a ideia do que é um talento. “Não é um superhomem ou supermulher. Às vezes, a empresa não sabe do que precisa e transfere a culpa para o colaborador. Todos têm a capacidade de inovar. O problema é se você está no mindset correto. O empreendedor tem que ter conhecimento das debilidades dele e conseguir conhecimento para a empresa.”
A atração e retenção de talentos pode estar atrelada a vantagens financeiras e outros benefícios, como a possibilidade de um plano de carreira, mas criar um ambiente favorável e acolhedor às novas ideias inovadoras trazidas por esses profissionais é fundamental. “Os talentos têm que ter luz própria e a liderança não pode ficar ofuscando. O profissional tem que sentir orgulho de trabalhar na empresa e se sentir especial para não perderem o brilho no olho”, disse a engenheira de produção e diretora de Desenvolvimento Corporativo da Apetit Serviços de Alimentação, Pamela Manfrin.
“Talento não é um profissional comum ou que está na mediana. É um profissional que se destaca, sonha grande. É um intraempreendedor, corre riscos e é obstinado a chegar no resultado”, definiu Manoel Neto, fundador e CEO da plataforma Arbo, que há 13 anos atua no mercado imobiliário.
Talento e inovação caminham juntos e hoje, a inovação tornou-se uma commodity, destacou o empresário Roberto Alcântara, fundador da Angelus, indústria londrinense de produtos odontológicos. Inovação se faz com pessoal e na empresa, o maior volume de recursos é destinado à área de pesquisa e desenvolvimento. Mas o tempo para a formação de talentos no setor é um dos maiores desafios atuais.
Nesse
ACADEMIA
cenário, a
interação entre empresa e academia surge como solução. Alcântara sempre apostou nas parcerias com universidades no desenvolvimento de projetos. “Vamos quebrar a questão de que o relacionamento entre empresa e universidade é difícil”, ressaltou.
Mas durante o fórum, por diversas vezes, empresários apontaram o descompasso entre o ritmo da academia e as exigências do mercado. A formação oferecida nas instituições de ensino superior, afirmaram eles, acontece em um compasso mais lento e não acompanha as necessidades do mundo corporativo, especialmente na questão da inovação.
“Muitas vezes encerrei projetos com universidades porque o timing não era o mesmo. Se a gente tem uma demanda que gera uma nota fiscal, não dá para espera meses ou anos pelos projetos”, destacou Manfrin. Para ela, um caminho seria trazer a academia para dentro das empresas. “Gosto de atuar com as universidades ou atrair pesquisadores para desenvolverem seus projetos de pesquisa dentro da empresa. Promover um ambiente onde possamos criar. Isso faz com que as pessoas se movam na direção em que a gente quer chegar e diversifica a cultura empresarial.”
NOVAS METODOLOGIAS
Ajustar as metodologias de ensino às demandas do mercado é necessário para corrigir o descompasso entre os mundos corporativo e acadêmico. “É preciso rever os programas acadêmicos”, defendeu o professor de graduação e pós-graduação de Engenharia Biomédica do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), Rinaldo Carvalho.
O Inatel fica em Santa Rita do Sapucaí, cidade de cerca de 40 mil habitantes situada ao Sul de Minas Gerais, na região que ficou conhecida como o Vale da Eletrônica. Uma das maneiras que o instituto encontrou para reduzir a defasagem entre a teoria da academia e a prática do mercado é manter contato frequente com ex-alunos que atuam na área para que eles levem para dentro das instituições de ensino o que tem ponta na tecnologia. “Não é necessário a academia ter só o professor. Vamos trazer os profissionais do mercado para algumas disciplinas, aulas, fazer TCCs (trabalhos de conclusão de curso) alinhados às necessidades do mercado. As universidades têm a boa vontade, mas precisam de autonomia para fazerem isso porque depende de regras do Ministério da Educação. Há legislações que acabam atravancando tudo isso.”
Brasília -
A pandemia do novo coronavírus provocou queda de 31,9% no lucro dos bancos no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (15).
Nos primeiros seis meses do ano, as instituições tiveram ganhos de R$ 40,8 bilhões -R$ 22,4 bilhões no primeiro trimestre e R$ 18,4 bilhões no segundo.
“Acreditamos que o lucro dos bancos sofra redução na faixa de 30% a 35%, devendo encerrar o ano em torno de R$ 85 bi. Então ainda deve ter certa retração na rentabilidade dos bancos até o fechamento do ano”, estimou o diretor de regulação do BC, Paulo Souza.
Segundo a autoridade monetária, a principal razão para a queda do lucro do sistema financeiro foi o maior nível de provisionamento dos bancos para perdas com crédito por causa da pandemia.
Provisão é o valor que o banco deve manter em caixa para assegurar as operações de crédito.
“Mesmo antes da pandemia a previsão já era de redução da rentabilidade dos bancos, até pela queda da taxa básica de juros. O retorno já chegou a ser de 23%, foi para 17% [no segundo semestre de 2019], mas na faixa de 13% [atual] ainda traz atratividade para o segmento. Não era esperada a crise abrupta, como ocorreu, os efeitos foram severos”, ponderou.