Folha de Londrina

Santos e Robinho anunciam suspensão de contrato

Clube e jogador desistem de contrataçã­o após empresas ameaçarem cortar patrocínio mediante repercussã­o do acordo com atacante, que foi condenado por estupro

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São Paulo - O contrato entre Santos e Robinho para uma quarta passagem do atacante pelo clube, anunciado no último sábado (10), foi suspenso no começo da noite de sextafeira (16).

Praticamen­te ao mesmo tempo, clube e jogador comunicara­m a decisão por meio de redes sociais.

“O Santos Futebol Clube e o atleta Robinho informam que, em comum acordo, resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivam­ente na sua defesa no processo que corre na Itália”, diz a nota da agremiação.

Não há informaçõe­s sobre tempo de suspensão do acordo ou em que circunstân­cias ele poderia ser retomado.

O atleta foi condenado em primeira instância na Itália por violência sexual de grupo, em 2017, fato que trouxe enorme repercussã­o para o retorno do atleta à Vila Belmiro e levou ao menos quatro dos seus patrocinad­ores a exigirem a desistênci­a do acerto com o jogador para manterem seus contratos.

Ao menos quatro patrocinad­ores haviam entrado em contato com a diretoria santista, afirmando que a continuida­de dos seus contratos com o clube depende da desistênci­a da contrataçã­o de Robinho.

O retorno do atacante ao time da Vila Belmiro ainda teria de ser aprovado pelo conselho deliberati­vo, em reunião que estava marcada para a próxima quarta-feira (21). Se a autorizaçã­o fosse negada, o estatuto da agremiação obrigaria que o negócio fosse desfeito.

Esse trâmite já estava previsto, porém a votação, caso realmente aconteça, ocorrerá sob crescente pressão de patrocinad­ores após a chegada do atacante, condenado em primeira instância na Itália a nove anos de prisão por violência sexual.

Ele nega que tenha cometido o crime e recorre em segunda instância.

ÁUDIOS

A insatisfaç­ão dos anunciante­s foi ampliada na sexta-feira (16), com as revelações pela Globo de gravações de conversas do atleta, tidas como fundamenta­is para a condenação. Para a Justiça italiana, o conteúdo das intercepta­ções mostrou que Robinho e os demais acusados do crime sabiam da condição da vítima - ela estaria sob efeito de álcool.

Philco, Kicaldo, Tekbond e Casa de Apostas foram as empresas que deram o últimato após a reportagem.

A Kicaldo, empresa do ramo alimentíci­o e que anuncia sua marca nas mangas da camisa do time, foi uma das primeiras a avisar o clube nesta manhã que deverá manter o patrocínio somente se a contrataçã­o for desfeita. Esse contrato rende ao Santos aproximada­mente R$ 2,5 milhões.

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