Folha de Londrina

Medidas contra a Covid-19 terão mais flexibiliz­ações

Prefeito Marcelo Belinati anunciou para esta semana novo decreto que libera a prática de determinad­as atividades esportivas. Medida amplia duração de missas e cultos e o prazo de tolerância de bares e lanchonete­s

- por Marcos Rambalducc­i Marcos J. G. Rambalducc­i, economista, é professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras economiano­ssa@folhadelon­drina.com.br

O dólar abre hoje na bolsa de valores cotado a R$ 5,64, que significa 40,3% de alta em relação a 1º de janeiro. Difícil não se perguntar quais as razões que levam o País a ter uma desvaloriz­ação maior que a média dos demais emergentes.

Os pontos a seguir ajudam a atender o título da coluna e as razões que nos fazem acreditar que o dólar não deve retornar tão cedo a patamares menores.

A TAXA DE CÂMBIO ...

O câmbio a que nos referimos aqui é o câmbio nominal, aquele que mostra qual é o preço de uma moeda em relação a outra - neste caso o preço do dólar em relação ao real.

... É DEFINIDA PELO MERCADO

O que determina uma elevação no preço do dólar (ou sua cotação) será sempre a relação entre oferta e demanda - se mais pessoas querem dólar e a quantidade disponível não se alterou, seu preço sobe, e também subirá se a demanda por dólares for a mesma, mas a quantidade disponível diminuir.

QUEM OFERTA ...

O exportador traz dólares para o mercado, assim como o estrangeir­o que decide investir no País – eles ofertam dólares.

... E QUEM DEMANDA

Já quem importa precisa de dólares para pagar pela mercadoria estrangeir­a, o mesmo ocorre com quem está retirando seus investimen­tos do País – eles demandam dólares.

RECUO NA OFERTA DE DÓLARES ...

Embora batendo recordes de exportação, com saldo na balança comercial de US$ 42,4 bi, a saída de capital estrangeir­o foi muito maior e deixou um saldo negativo no fluxo cambial líquido de US$ 18,7 bi até agora. Eis o motivo da alta do dólar, mas o que explica esta fuga de dólares?

... PELA PANDEMIA ...

É esperado que em momentos de incerteza e crise como os provocados pela pandemia que assolou o mundo, investidor­es busquem manter seu dinheiro em ativos considerad­os mais seguros, como títulos do Tesouro americano ou ouro.

... E PELA QUEDA NOS JUROS

Também os sucessivos cortes na Taxa Básica de Juros tornam os papéis da dívida pública do País menos atrativos para investidor­es financeiro­s, pois eles não remuneram mais tanto quanto antes.

MAS HÁ ALGO MAIS NO BRASIL

No entanto, a Covid atingiu o mundo todo e a queda na taxa de juros é adotada na maioria dos países como instrument­o de política monetária para estimular a economia. A pergunta que se faz é: por que o real se desvaloriz­a mais que outras moedas de países emergentes?

UMA PITADA DE DESEQUILÍB­RIO NAS CONTAS...

Primeiro: o investidor estrangeir­o tem uma percepção muito clara de que o Brasil tem um problema fiscal sério, com uma dívida pública que ultrapassa­rá os 100% do PIB já em 2020, e questões políticas que são obstáculo na aprovação de reformas tão necessária­s, especialme­nte a administra­tiva, e a tributária.

... E MAIS LENHA NA FOGUEIRA

Segundo: a maneira com que o País tem administra­do as questões ambientais faz com que muitas empresas não queiram vir para o Brasil, porque enxergam que as políticas aqui não são ecologicam­ente sustentáve­is.

EM RESUMO

Os impactos econômicos provocados pela pandemia, a política monetária derrubando os juros, somados aos problemas criados por nós mesmos, nos torna um país que afugenta a entrada de capital provocando desequilíb­rio entre a oferta e demanda de dólares e como consequênc­ia, uma elevação na taxa de câmbio.

E... sei não..., mas a história do boi bombeiro no Pantanal ... acho que não vai colar.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil