Polarização chega à obrigatoriedade de vacinação
Os anúncios feitos nesta segunda-feira também retomam no espectro político uma disputa de narrativas que vem ganhando corpo a partir de declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a legalidade de o estado tornar a vacinação obrigatória. Doria já havia afirmado que a vacinação contra a Covid-19 seria obrigatória em todo o território paulista enquanto Bolsonaro diz que a vacinação deve ser voluntária em todo o País.
Na manhã desta segunda, Bolsonaro voltou a disparar contra Dória, seu desafeto postulado à Presidência em 2022. Apoiadores do presidente o ouviram dizer que um governador está se “autointitulando médico do Brasil”, disparou na saída do Palácio da Alvorada.
Após as afirmações feitas Kirill Dmitriev na manhã desta segunda, o governo de São Paulo deixou de estipular o dia 15 de dezembro para o início da vacinação. Em setembro, Doria havia apostado no sucesso da CoronaVac, que se mostrou segura
em testes iniciais, mas ainda necessita de “comprovação de sua eficácia”, ponderou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. Assim como com relação à Sputnik V, não havia indícios de que os estudos da CoronaVac estavam próximos de serem enviados à Anvisa.
Enquanto publicação de revista científica The Lancet sobre os resultados das fases 1 e 2 com a Sputnik já haviam demonstrado que a vacina é segura, o Butantan ainda aguarda o resultado de testes em 61 profissionais de saúde voluntários que já foram vacinados com a CoronaVac.
No Paraná, os resultados da CoronaVac estão sendo analisados em 1.400 profissionais da saúde no Complexo Hospital de Clínicas na UFPR (Universidade Federal do Paraná), uma das 12 instituições do País responsáveis por testes. De acordo com a instituição, apenas reações que já são frequentemente observadas em outras vacinas foram constatadas, tais como dores de cabeça e dor no local da aplicação. Já os resultados da Fase 3 obtidos com a Sputnik e publicados na The Lancet mostraram a vacina causou, também, hipotermia em 10% dos participantes.(V.S.)