Mesa e OEA reconhecem vitória de Arce nas eleições presidenciais da Bolívia

La Paz

- O ex-presidente e candidato Carlos Mesa admitiu nesta segunda-feira (19) que os resultados de boca de urna mostram “uma tendência muito difícil de reverter” nas eleições presidenciais da Bolívia. Os dados do levantamento do instituto Ciesmori apontam vitória de Luis Arce, candidato do MAS, partido do expresidente Evo Morales, em primeiro turno, com 52,4% dos votos, contra 31,5%, de Mesa.

“A amostra é muito contundente. Dissemos que respeitaríamos o resultado da eleição, para a vitória ou para a derrota. Não é possível deixar de reconhecer que houve um claro vencedor nas eleições deste domingo, que foi Luis Arce”, disse Mesa. O ex-presidente acrescentou que atuará como uma oposição responsável e que, para isso, seguirá acompanhando a apuração dos votos pelo Tribunal Eleitoral.

A pesquisa de boca de urna não representa o resultado final, e os dados oficiais da eleição precisam ser chancelados pelo Tribunal Eleitoral, o que está previsto para ser feito nos próximos dias.

Arce, 57, entrou na política em 2006, ao ser nomeado por Evo como ministro da Economia e Finanças. Antes disso, atuou em cargos técnicos no Banco Central boliviano. Filho de professores do ensino médio, estudou economia na Bolívia e fez mestrado na Universidade de Warwick, no Reino Unido. Depois, lecionou na Universidade Franz Tamayo, além de ter sido professor convidado na Universidade de Buenos Aires, na Argentina, e em Harvard e Columbia, nos EUA.

Durante a campanha, Arce levantou a bandeira do boom econômico que a Bolívia viveu durante o governo Evo, quando o índice de pobreza caiu de 59,9% para 34,6%, de acordo com dados do Banco Mundial.

Luis Almagro, secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), também reconheceu a vitória de Arce. “O povo da Bolívia se expressou nas urnas. Felicitamos Luis Arce e David Choquehuanca [candidato a vice], desejando êxito em seus trabalhos futuros”, escreveu, em uma rede social.

A Polícia Civil de Tibagi (Campos Gerais) diz que a investigação da morte do empresário Juarez Manys, 51, cujo corpo foi encontrado no sábado (17) em uma represa de São Jerônimo da Serra (Norte Pioneiro), está avançada. O delegado William Alves de Lima garantiu que já identificou alguns suspeitos, mas não quis revelar detalhes para não atrapalhar a apuração.

Juarez morava em Ventania e estava desaparecido havia uma semana. “Ele tinha lesões na cabeça, mas não sei se foram provocadas por tiros ou até alguma arma branca”, declarou o delegado, que ainda não recebeu o exame de necropsia do IML (Instituto Médico Legal) de Londrina.

É esse exame que vai apontar a causa da morte. Lima não descarta a hipótese de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, até porque o carro da vítima, um Voyage preto, ainda não foi localizado. Porém, a polícia também segue outra linha de investigação. “Não excluo que o Juarez tenha sido extorquido. No dia 10, sábado à noite, horário em que estava incomunicável, ele sacou cerca de R$ 1 mil. Possivelmente nesse período já tinha sido pego pelos criminosos”, comentou.

Antes disso, Juarez havia ido para Curiúva e mais tarde seguiria para São Paulo, provavelmente no início da noite. De acordo com a polícia, essa viagem estava programada. O empresário não teria desavenças com ninguém. “Era uma pessoa tranquila, bem vista na sociedade de Ventania. Não trabalho com essa hipótese”, completou Lima. Além de investigadores de Tibagi, policiais civis de São Jerônimo da Serra e Assaí apoiam as diligências.