Cooperativismo e pandemia
A imagem estampada com várias mãos unidas é uma das simbologias mais usadas para representar o cooperativismo. Transmite a ideia de trabalho conjunto em prol da comunidade. Só que 2020 chegou e com ele a pandemia do novo coronavírus. O aperto de mãos saiu de cena, mas enganou-se quem pensou que o distanciamento representaria a derrocada deste modelo centenário de trabalho.
Desde março, quando a Covid-19 chegou ao país, o cooperativismo se mobilizou e se organizou nos diversos ramos em que atua. Os mais diversos setores de atuação conseguiram, com inteligência, encontrar maneiras para fazer frente ao novo cenário que impôs perdas terríveis a milhões de brasileiros.
O setor agropecuário no qual o cooperativismo tem participação significativa, se mostrou um dos grandes responsáveis por segurar as rédeas da economia brasileira, evitando assim um cenário catastrófico. O cooperativismo no Paraná responde por mais de 50% da atividade no agronegócio. Reportagem publicada nesta edição da FOLHA mostra que as cooperativas do Estado, no geral, vão passar dos R$ 110 bilhões de faturamento em 2020, o maior resultado da história, segundo a Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).
As cooperativas do agro respondem por 85% desse faturamento. Das 217 cooperativas do Estado, 59 são do setor. Robson Mafioletti deixa claro que, pensando em 2020, pouco há o que se comemorar, relembrando as cerca de 190 mil vidas perdidas para a Covid-19. Porém. segundo ele, quatro fatores contribuíram para o bom resultado do setor: a safra cheia, a desvalorização do real em relação ao dólar, a forte demanda internacional e o Auxílio Emergencial, que aumentou a demanda por alimentos básicos.
Os resultados mostram que, mesmo diante do distanciamento, a união de forças, a coletividade, se mostra sempre com um bom caminho para enfrentar as adversidades. Que as estratégias acertadas possam servir de modelo para os demais setores da economia, que ainda enfrentam mais fortemente os impactos da pandemia. O ano que começa ainda será de muitos desafios para o setor produtivo, mas as cooperativas mostram que bons exemplos não faltam para a tão sonhada retomada plena da economia brasileira
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