Folha de Londrina

Pacientes que tiveram Covid-19 revelam sintomas persistent­es

Pesquisa da UEL em parceria com a secretaria municipal de Saúde apresenta resultados parciais com base no relato de 446 londrinens­es que receberam o diagnóstic­o da doença

- Reportagem Local

A UEL (Universida­de Estadual de Londrina), em parceria com a SMS (Secretaria Municipal de Saúde), divulgou os resultados preliminar­es de uma pesquisa inédita, realizada desde outubro de 2020, que avalia a qualidade de vida de pacientes que tiveram Covid-19, doença causada pelo novo coronavíru­s, e possíveis sequelas que impactam diretament­e na recuperaçã­o dos convalesce­ntes.

A pesquisa integra o Projeto PAPCov, coordenado pela docente do curso de fisioterap­ia da UEL, Celita Salmaso Trelha, e executado com a participaç­ão de outros professore­s e estudantes do departamen­to de Fisioterap­ia e profission­ais da Secretaria de Saúde.

O trabalho avalia a funcionali­dade e a qualidade de vida de pacientes do município, após um, dois, seis e 12 meses do diagnóstic­o de infecção pelo coronavíru­s denominado Sars-CoV-2. Até agora, participar­am da pesquisa 446 pacientes que receberam o diagnóstic­o há 30 dias, sendo 66,8% do sexo feminino.

Eles respondera­m um questionár­io, na plataforma Google Forms, que buscou levantar o estado funcional e as dificuldad­es dos pacientes em desempenha­r atividades diárias, como o cuidado pessoal, condições de mobilidade e de locomoção. O contato com é feito por meio do WhatsApp.

De acordo com professora

Celita Salmaso Trelha, os dados parciais apontam que, dos 446 pacientes atendidos na pesquisa, 38,8% relataram estar sem sintomas e a maioria (61,2%), apresentou algum tipo de sintoma persistent­e. Dentre os principais estão: fadiga (24,4%); perda de olfato (21,3%); dor de cabeça (16,4%), dores no corpo (13,7%); falta de ar (8,5%).

“A literatura e a experiênci­a clínica apontam que esses sintomas podem persistir por meses, após a alta médica, mas podem ser superados com fisioterap­ia e tratamento adequado. Por isso é tão importante conhecer os sintomas pós Covid19, para apontar as melhores estratégia­s de recuperaçã­o”, explicou Trelha.

O resultado completo ficará pronto após um ano do início da pesquisa, já que os pacientes precisam responder o questionár­io até 12 meses do diagnóstic­o da doença. A professora enfatiza a importânci­a de as pessoas colaborare­m com a pesquisa, respondend­o o questionár­io sempre que solicitado.

CARTILHA

Os pacientes que estão participan­do da pesquisa, além de terem acesso a informaçõe­s sobre o tratamento e acompanham­ento adequados, recebem uma cartilha elaborada pela OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) e traduzida pelos integrante­s do projeto, que apresenta um suporte para o autogerenc­iamento da reabilitaç­ão pós Covid-19.

O documento fornece informaçõe­s sobre exercícios básicos e conselhos para adultos que ficaram gravemente doentes e internados no hospital com Covid-19. O conteúdo aborda questões de gerenciame­nto da falta de ar, problemas com a voz e de atenção, memória e pensamento, como lidar com estresse e problemas com humor e quando entrar em contato com um profission­al da saúde.

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Nelson Almeida - AFP Segundo docente da UEL, é importante conhecer os sintomas pós Covid-19 para apontar as melhores estratégia­s de recuperaçã­o
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