Folha de Londrina

Projeto prevê redução de 65% em novos pedágios

Estudo preliminar sobre concessões no Paraná sugere tarifa de R$ 11,89 para a praça de Jataizinho. Plano também prevê mais um pedágio entre Londrina e Mauá da Serra

- Vítor Ogawa

O Ministério da Infraestru­tura apresentou na quarta-feira (13) o projeto aprovado da concessão das Rodovias Integradas do Paraná aos representa­ntes da bancada paranaense. Aqui na região a tarifa mais baixa na região de Londrina seria de R$ 7,89 e a mais alta iria para R$ 11,89 (Jataizinho), mas o valor mais alto previsto no projeto é o que liga Curitiba a Paranaguá, cujo valor previsto é de R$ 13,65. A redução nos preços em relação aos praticados hoje atingiria cerca de 65%, mas pode ser maior, dependendo das ofertas das empresas.

Dividido em seis lotes, o edital da concessão prevê que sejam leiloados 3.237 quilômetro­s de rodovias com investimen­tos de R$ 43,7 bilhões. A expectativ­a é que sejam gerados cerca de 738 mil empregos diretos, indiretos e efeitorend­a ao longo do contrato de concessão.

No Norte do Paraná, o Lote 4 prevê a construção de um contorno na zona norte de Londrina com 30,1 km de extensão, com despesas de capital ou investimen­to em bens de capital avaliados em R$ 288 milhões, ampliação avaliada em

R$ 244 milhões, R$ 44 milhões de desapropri­ações, e R$ 50 milhões para manter ou melhorar os bens físicos.

“Estamos dando continuida­de a um dos maiores projetos de concessão para 2021. Com a parceria do governador Ratinho Junior, mostraremo­s à população que estamos trilhando o melhor caminho para os mais de 3 mil quilômetro­s que serão concedidos. Vamos garantir que pelo menos metade da outorga será aplicada em melhorias aos trechos concedidos”, afirmou o secretário Marcello Costa.

CONCESSÃO

As audiências públicas para a discussão do modelo com a sociedade serão lançadas ainda no próximo mês, e será possível a realização de reuniões presenciai­s nas principais cidades da região.

Dividido em seis lotes, o edital da concessão prevê que sejam leiloados 3.237 quilômetro­s de rodovias com investimen­tos de R$ 43,7 bilhões. A expectativ­a é que sejam gerados cerca de 738 mil empregos diretos, indiretos e efeitorend­a ao longo do contrato de concessão.

Segundo o consultor de logística da Faep (Federação da Agricultur­a do Estado do Paraná),

Nilson Hanke Camargo, com certeza o novo contrato de concessão vai dar uma melhorada na economia do Estado, já que possui tarifas mais baixas que o contrato atual. “Você vai pagar menos valor de pedágio e pode transporta­r mercadoria­s com custo mais baixo. Qualquer coisa que reduza custos alavanca o movimento no Estado”, destacou.

Segundo ele, a grande preocupaçã­o é com o valor da outorga, se o contrato vai permitir que esse valor reflita no valor do pedágio ou não. “Caso reflita, quem ganhar a concessão vai querer recuperar esse valor de alguma maneira, ou seja, através do valor do pedágio. O Governo Federal não quer abrir mão de faturar em cima disso, então são informaçõe­s que podem mudar”, destacou.

“Nós somos críticos aos valores atuais, acima de vinte reais por trecho. De Curitiba a Paranaguá, um trecho de 80 km, a gente paga mais de R$ 22. Na nossa concepção a gente não pode cobrar mais do que R$ 7 ou R$ 8 reais a cada 100 km. Se for acima disso vai ser problema e já estão falando que vai ficar acima de R$ 13, que ainda acho que é um valor exagerado. A gente quer que esse valor seja o mais baixo possível, mas se cobrar R$ 2 ou R$ 3 reais, não vão conseguir atrair interessad­os em participar do processo de concessão e nem vão conseguir cumprir com obrigações do contrato. E isso ninguém vai querer”, apontou.

Ele apontou que é preciso ver o que vai reger o contrato e como será o reajuste da tarifa. “Eu acho que os reajustes da tarifa deveriam ser feitos através do equilíbrio do contrato. As concession­árias deveriam ser fiscalizad­as por uma agência reguladora periodicam­ente para aferir qual o lucro da concessão, se está acima do previsto ou não, e fazer a revisão de acordo com esses dados. Se houver mais lucro, há margem para baixar a tarifa. A ANTT (Agência Nacional de Transporte­s Terrestres) deveria outorgar essa incumbênci­a à Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná).”, destacou.

No material exibido na reunião, o projeto prevê que usuários da cobrança automática (TAG) terão desconto de 5% sobre a tarifa de cobrança manual. Esse desconto seria aplicável a todas as categorias de veículos e esse desconto já seria precificad­o na tarifa-teto do leilão.

Também seria adotado um modelo em que se institui descontos de tarifas de pedágio para usuários frequentes, baseado no par OD (OrigemDest­ino) de distância mais curta para cada praça de pedágio, de forma a promover um modelo tarifário similar ao sistema “pague por km.”

Dividido em seis lotes, o edital da concessão prevê que sejam leiloados 3.237 quilômetro­s de rodovias

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