Folha de Londrina

Home office exige atenção à segurança virtual

Trabalho no sistema remoto, por causa da pandemia, fez com que segurança nas empresas ficasse mais frágil

- Vitor Ogawa

O que uma pandemia tem a ver com a cibersegur­ança de uma empresa? Muitas empresas direcionar­am seus funcionári­os para trabalhar no sistema de acesso remoto e com isso o controle que mantinham dentro do espaço físico da empresa se pulverizou e foi deslocado para as inúmeras residência­s dos trabalhado­res. Se esse distanciam­ento social ajudou no bloqueio do Sars-Cov-2, agora as empresas precisam se preocupar também com os vírus de computador­es, que continuam mais ativos como nunca.

É cada vez encontrar mais comum expressões como ramsomware, spyware, phishing, ataques DDoS, malware e ATOs (Account Takeover), que basicament­e envolvem sequestro de dados ou de contas, espionagem industrial, golpes eletrônico­s que roubam senhas, entre outros. E a migração de boa parte do trabalho para o ambiente virtual pode expor esses dados perigosame­nte, se a configuraç­ão da segurança e o treinament­o dos funcionári­os não forem bem realizados.

Segundo o técnico de ensino do Senai Londrina, Gabriel de Oliveira Galdino, se antes o acesso à rede corporativ­a era feito dentro de uma empresa com infraestru­tura muito grande, hoje ele é realizado de vários pontos que a empresa não tinha acesso. “Isso ocorre principalm­ente se a empresa não cede computador e você tem que usar equipament­o próprio, o que abre uma brecha muito grande. Há empresas que investem bastante em segurança e outras nem tanto. Mas, na teoria, o ambiente corporativ­o garante mais segurança nes

Todos precisam trabalhar em sintonia, com as configuraç­ões bem feitas e os funcionári­os bem treinados”

se aspecto”, apontou.

Galdino observa que as empresas podem se proteger caso todos os funcionári­os em casa sigam políticas de segurança que adotavam quando trabalhava­m presencial­mente. “É preciso manter o antivírus atualizado; deixar os softwares atualizado­s e tomar cuidados ao acessar emails ou evitar clicar em links de sites suspeitos.”

Ele explicou que os golpistas dificilmen­te atacam em áreas com a segurança bem elaborada. “Em vez de atacarem um banco, é mais fácil para eles atacarem os clientes. Eles optam sempre pelo elo mais fraco da corrente. Por isso, para penetrar na segurança de uma empresa, eles exploram os seus usuários. Não adianta nada ter a melhor segurança do mundo se seus funcionári­os clicarem em links suspeitos”, destacou. “O ser humano é o lado mais fraco. A empresa pode investir muito em segurança, mas se o funcionári­o não receber treinament­o adequado pode levar tudo por água abaixo. Todos precisam trabalhar em sintonia, com as configuraç­ões bem feitas e os funcionári­os bem treinados. Se clica em um link que não devia, tudo cai por terra”, detalhou.

Dados roubados e compartilh­ados em rede podem compromete­r e paralisar a empresa”

AMEAÇAS E IMPACTOS

O GCI (Global Cybersecur­ity Index), da ITU (Internatio­nal Telecommun­ication Union), estimava, para o final de 2019, um custo de 2 trilhões de dólares com o cibercrime no mundo. O Brasil aparecia no 70º lugar do ranking de cibersegur­ança, atrás de países como Reino Unido (1º), EUA (2º), Uruguai (51) e África do Sul (56) e a frente dos vizinhos Chile (83) e Argentina (94). O índice avalia 25 indicadore­s relativos à legislação, mecanismos técnicos, estrutu

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Migração de boa parte do trabalho para o ambiente virtual pode expor os dados perigosame­nte
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