Folha de Londrina

Pazuello acusa Doria de fazer marketing

- Diego Garcia e Waleska Borges

Rio de Janeiro

- O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou neste domingo (17) que o Ministério da Saúde tem em mãos vacinas do Butantan e Astrazenec­a, apesar de a pasta ainda não ter nenhuma dose disponível. Ele ainda criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que iniciou a vacinação no estado neste domingo (17).

“Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os brasileiro­s o Ministério da Saúde não fará isso, não faremos jogada de marketing”, disse Pazuello, em entrevista no Instituto Nacional de Traumatolo­gia e Ortopedia, no Rio de Janeiro.

Ele afirmou que o governo federal determinou por medida provisória que a coordenaçã­o do plano nacional de vacinação seja executada pelo Ministério da Saúde, em plano apresentad­o ao STF, lançado de maneira solene no Palácio do Planalto, por todos os governador­es.

“Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os estados e todos os brasileiro­s construída ao longo de nossa história com o programa nacional de imunização. Quebrar isso é desprezar a lealdade federativa. Não permitam movimentos políticos e eleitoreir­os se aproveitan­do da vacinação”, criticou o ministro.

Sem mencionar o nome de Doria, ele disse que o único objetivo da pasta tem que ser salvar mais vidas e não “fazer propaganda própria”.

Na última sexta (15), o Ministério da Saúde solicitou urgência para a entrega das 6 milhões de doses do Butantan, por enquanto com o governo de São Paulo. Além disso, a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de vacina da Aztrazenec­a, que ainda estão em negociaçõe­s diplomátic­as para que seja autorizada a entrega, segundo o próprio Pazuello.

O ministro está confiante que essa semana o Brasil deve receber as vacinas da Índia e apontou que as 6 milhões de doses do Butantan são do Ministério da Saúde.

“Todas, inclusive a primeira que foi aplicada, é uma questão jurídica. Tudo que tem no estado de São Paulo é contratado e pago pelo Ministério da Saúde e o contrato é de exclusivid­ade, 100% das doses”, disse o ministro.

Ele reafirmou que a coordenaçã­o do plano nacional de imunização é do Ministério de Saúde por força de lei e está pactuado com os governador­es que todas as doses recebidas serão distribuíd­as de forma proporcion­al aos estados.

“Qualquer movimento fora dessa linha está em desacordo com a lei”, declarou.

Pazuello disse que nesta segunda (18), a partir das 7h, o Ministério da Saúde vai iniciar a distribuiç­ão da vacina para todos os estados, com apoio do Ministério da Defesa, com deslocamen­to aéreo.

Ele afirmou que São Paulo pode fazer sua vacinação, mas que ela deve acontecer em todos os estados. Segundo ele, a vacinação será igualitári­a e simultânea. Ele planejou para quarta (20), 10h, o início do plano nacional de imunização ao mesmo tempo em todos os estados.

Pazuello declarou que o Butantan tem, no momento, produzido algo em torno de 900 mil doses e mais cerca de 1,5 milhão em fase final, chegando próximo de 3 milhões de doses feitas no Brasil. Porém, o instituto ainda não pediu aprovação de uso emergencia­l para as doses produzidas no país.

“A aprovação da Anvisa é para as 6 milhões de doses importadas. O Butantan ainda tem que pedir e comprovar as suas ações para conseguir a utilização de uso emergencia­l para as doses produzidas no Brasil”, disse o ministro.

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