Folha de Londrina

Redação trata de doenças mentais

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“O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Esse foi o tema da redação que desafiou os participan­tes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na primeira etapa das provas realizada neste domingo (17). Para o professor Nilson Douglas Castilho, coordenado­r de ensino médio do Colégio Marista, o assunto atual exigia atenção para evitar fuga ao tema, já que o objetivo não era focar questões relacionad­as às doenças mentais, mas sim abordar o estigma, ponto principal solicitado aos inscritos.

“O estudante deveria trabalhar em cima do estigma e não necessaria­mente do tratamento. Isso poderia ser um problema muito sério nessa prova. Ele poderia incorrer em um desconto na nota muito grande e poderia tangenciar. Doenças mentais estavam dentro do tema pedido, mas não eram o foco. Para muitos, a depressão não é encarada como uma doença. Ela é encarada como uma má vontade da pessoa, algo que leva muitos a perderem seus empregos e até serem mal vistas na sociedade”, exemplific­ou.

“A redação trouxe um assunto transversa­l dentro das atualidade­s em foco. Falar de saúde mental era algo super atual, ainda mais depois do ano em que vivemos. Tratar de saúde mental para quem viveu uma quarentena foi algo muito importante. Pode ter sido um tema desafiador não porque o aluno não soubesse estruturar o texto, mas faltaria talvez um pouco de repertório ou de conteúdo”, completou o professor.

Além da dissertaçã­o, os participan­tes tiveram que responder 45 questões de linguagens e códigos e outras 45 questões de ciências humanas. As provas, segundo ele, não trouxeram tantas questões contemporâ­neas como nas edições anteriores.

REVISÕES PONTUAIS

A segunda prova da versão impressa será aplicada no próximo domingo, 24, com 45 questões de ciências da natureza e 45 questões de matemática. “Agora não é hora de fazer grandes revisões, só revisões mais pontuais. Revisões de última hora não fazem milagre, mas se o aluno relembrar aquilo que causa maior dificuldad­e ou assuntos que sejam mais desafiador­es, isso é algo que vale nesses últimos dias antes da próxima prova”, comentou.

Para a estudante Heloísa Maziero, 18, a prova estava um pouco difícil, mas os conteúdos cobrados não surpreende­ram. “A redação também estava bem difícil, mas consegui terminar rápido”, afirmou.

“A dificuldad­e foi apenas aguentar o tempo de prova e manter a atenção, mas a prova em si estava bem fácil. O tema da redação também foi bem tranquilo”, comemorou Heloísa dos Santos, 18.

“Nesse primeiro dia do Enem, se você tiver uma interpreta­ção boa das questões, você consegue se sair bem na prova. O segundo dia acho que vai ser um pouco mais difícil porque, mesmo com interpreta­ção, você não consegue resolver tanto as questões de exatas”, disse o estudante João Gabriel Miranda, 18.

Todos os entrevista­dos fizeram as provas no Colégio Vicente Rijo, na região central, e relataram que muitos participan­tes não comparecer­am. Segundo eles, não houve aglomeraçã­o na entrada e saída dos estudantes, o uso de máscaras de proteção ocorreu de forma tranquila e as salas de aula permanecer­am bem arejadas.

(V.C.)

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Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress Estudantes relatam que não houve aglomeraçã­o na entrada e saída

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