Folha de Londrina

Índice de abstenção no Enem chega a 52% no Paraná

- Paulo Saldana

Brasília -

Mais da metade dos inscritos no Enem 2020 no Paraná faltou ao primeiro dia do exame, realizado neste domingo (17) em meio ao avanço da pandemia de coronavíru­s. Dos 233.215 de candidatos inscritos no Estado, 121.637 (52,2%) não comparecem ao exame, de acordo com resultado divulgado na noite de domingo, pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educaciona­is Anisio Teixeira).

O índice é até superior ao total nacional - dos 5,7 milhões de inscritos, 51,5% (2.842.332) não comparecer­am ao exame. Essa é a maior taxa de abstenção da história do exame - na última edição, de 2019, os faltosos representa­ram 23,7%.

Apesar do alto índice de faltas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, classifico­u como um sucesso. “Fico satisfeito com o que fizemos em meio à pandemia, apesar da abstenção”, disse o ministro em entrevista em Brasília. “Parte [da explicação pela abstenção foi] a dureza e medo da contaminaç­ão e parte de um trabalho de mídia contrária ao Enem que foi muito grande”.

11 LOCAIS

Além da alta taxa de faltosos, o segundo Enem realizado sob o governo Jair Bolsonaro (sem partido) foi marcado pela superlotaç­ão de salas e o impediment­o de candidatos de diversos estados do país para fazer as provas. Até a publicação deste texto, o governo não informou o que esses barrados poderão fazer. O Inep insistiu na realização do exame em meio ao avanço da pandemia.

Defensoria­s e procurador­ias haviam ingressado com ações judiciais para adiar a aplicação, o que ocorreu somente no Amazonas. Outras duas cidades de Rondônia decidiram pela suspensão.

O argumento do Inep era de que seriam garantidos. O jornal Folha de S.Paulo já havia mostrado que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educaciona­is) não havia garantido que todas as salas de aplicação foram organizada­s para receber candidatos até 50% da capacidade dos espaços. A aposta de integrante­s do órgão era de que muitos alunos deixariam de ir fazer a prova, o que garantiria baixa ocupação.

Sobre o problema de superlotaç­ão - em Londrina estudantes relataram que foram retirados das salas por excesso de participan­tes - o Inep relatou que houve problemas em 11 salas do total de mais de 14 mil locais de provas. E citou as cidades de Londrina, Curitiba, Florianópo­lis, Pelotas e Canoas como os municípios onde aconteceu o problema.

Fico satisfeito com o que fizemos em meio à pandemia, apesar da abstenção”

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Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

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