Entenda como funcionam as vacinas contra a Covid-19
Conheça os detalhes de como cada laboratório de vários países desenvolve o imunizante
“Se já existem tantas vacinas contra uma gama de doenças, por que demorou para criarem uma contra o novo coronavírus?” Essa pergunta já passou pela cabeça de muita gente. A resposta, a princípio, é simples: porque todos os vírus são diferentes. Assim, com a chegada do Sars-CoV-2, laboratórios de todo o mundo se empenharam para descobrir qual dos diversos métodos de imunização seria eficiente.
De forma geral, todas as vacinas funcionam da mesma maneira. A presença de ao menos um fragmento do vírus no corpo estimula o sistema imunológico, deixando-o preparado para o combate à doença em uma possível infecção. Mas cada laboratório encontrou uma maneira de introduzir o vírus ao organismo.
CORONAVAC, COVAXIN E SINOPHARM
Os laboratórios chineses Sinopharm e Sinovac Biotech, responsável pela CoronaVac, e o indiano Bharat Biotech, desenvolvedora da Covaxin, utilizam a mesma tecnologia no desenvolvimento de seus imunizantes. É um método mais tradicional em que é usado o próprio vírus na composição. Porém, o agente infeccioso é desativado e, por isso, o paciente não desenvolve a doença. Essa mesma tecnologia é utilizada em vacinas bastante difundidas, como a da gripe. No Brasil, a Sinovac trabalha em parceira com o Instituto Butantan.
OXFORD/ASTRAZENECA; JOHNSON&JOHNSON E SPUTNIK V
Há quem escolha definir essas vacinas como “moléculas Frankenstein” por lembrar uma colcha de retalhos, em que um adenovírus causador de um resfriado comum tem seus agentes infecciosos retirados e serve com meio de transporte para o gene que codifica a proteína do novo coronavírus. Diversos laboratórios utilizam esse processo: a AZD1222, da Universidade de Oxford em parceira com a AstraZeneca; a Gam-COVID-Vac, ou Sputnik V, do órgão russo Instituto de Pesquisa Gamaleya em Epidemiologia e Microbiologia; a Ad.26.COV2.S, da empresa Johnson&Johnson; além de muitas outras. No Brasil, o Instituto Fiocruz trabalha em parceria com a Oxford para testagem e produção, enquanto o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) mantém um acordo com o laboratório russo para a produção da Sputnik V.
PFIZER/BIONTECH E MODERNA
As vacinas da Pfizer, parceria com BioNTech, e da Moderna se utilizam do material genético do Sars-CoV-2 na fabricação dos imunizantes BNT162 e mRNA1273, respectivamente. Cientistas foram capazes de extrair o RNA do vírus e realizar modificações. Quando esse material é injetado no corpo, o organismo o utiliza para replicar proteínas virais, enquanto o sistema imunológico tem o trabalho de gerar uma resposta imune. Ainda não são usadas vacinas desse tipo em larga escalada pois a tecnologia é muito recente e tem problemas de logística, uma vez que deve ser conservada em baixíssimas temperaturas.
NVX-COV2373, PARCERIA DA NOVAVAX E DA TAKEDA
O laboratório americano Novavax e o japonês Takeda formaram uma parceria que resultou no desenvolvimento da NVXCoV2373. Em sua produção, são utilizadas “subunidades proteicas” do vírus, ou seja, pequenas partes dele ou partículas sintéticas. A vacina contra a Hepatite B também se utiliza desse processo. (Com informações do Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra Covid-19, do Ministério da Saúde)
Supervisão: Patrícia Maria Alves - editora
Laboratórios de todo o mundo se empenharam para descobrir qual método seria eficiente