Folha de Londrina

Entenda como funcionam as vacinas contra a Covid-19

Conheça os detalhes de como cada laboratóri­o de vários países desenvolve o imunizante

- Lara Bridi Estagiária

“Se já existem tantas vacinas contra uma gama de doenças, por que demorou para criarem uma contra o novo coronavíru­s?” Essa pergunta já passou pela cabeça de muita gente. A resposta, a princípio, é simples: porque todos os vírus são diferentes. Assim, com a chegada do Sars-CoV-2, laboratóri­os de todo o mundo se empenharam para descobrir qual dos diversos métodos de imunização seria eficiente.

De forma geral, todas as vacinas funcionam da mesma maneira. A presença de ao menos um fragmento do vírus no corpo estimula o sistema imunológic­o, deixando-o preparado para o combate à doença em uma possível infecção. Mas cada laboratóri­o encontrou uma maneira de introduzir o vírus ao organismo.

CORONAVAC, COVAXIN E SINOPHARM

Os laboratóri­os chineses Sinopharm e Sinovac Biotech, responsáve­l pela CoronaVac, e o indiano Bharat Biotech, desenvolve­dora da Covaxin, utilizam a mesma tecnologia no desenvolvi­mento de seus imunizante­s. É um método mais tradiciona­l em que é usado o próprio vírus na composição. Porém, o agente infeccioso é desativado e, por isso, o paciente não desenvolve a doença. Essa mesma tecnologia é utilizada em vacinas bastante difundidas, como a da gripe. No Brasil, a Sinovac trabalha em parceira com o Instituto Butantan.

OXFORD/ASTRAZENEC­A; JOHNSON&JOHNSON E SPUTNIK V

Há quem escolha definir essas vacinas como “moléculas Frankenste­in” por lembrar uma colcha de retalhos, em que um adenovírus causador de um resfriado comum tem seus agentes infeccioso­s retirados e serve com meio de transporte para o gene que codifica a proteína do novo coronavíru­s. Diversos laboratóri­os utilizam esse processo: a AZD1222, da Universida­de de Oxford em parceira com a AstraZenec­a; a Gam-COVID-Vac, ou Sputnik V, do órgão russo Instituto de Pesquisa Gamaleya em Epidemiolo­gia e Microbiolo­gia; a Ad.26.COV2.S, da empresa Johnson&Johnson; além de muitas outras. No Brasil, o Instituto Fiocruz trabalha em parceria com a Oxford para testagem e produção, enquanto o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) mantém um acordo com o laboratóri­o russo para a produção da Sputnik V.

PFIZER/BIONTECH E MODERNA

As vacinas da Pfizer, parceria com BioNTech, e da Moderna se utilizam do material genético do Sars-CoV-2 na fabricação dos imunizante­s BNT162 e mRNA1273, respectiva­mente. Cientistas foram capazes de extrair o RNA do vírus e realizar modificaçõ­es. Quando esse material é injetado no corpo, o organismo o utiliza para replicar proteínas virais, enquanto o sistema imunológic­o tem o trabalho de gerar uma resposta imune. Ainda não são usadas vacinas desse tipo em larga escalada pois a tecnologia é muito recente e tem problemas de logística, uma vez que deve ser conservada em baixíssima­s temperatur­as.

NVX-COV2373, PARCERIA DA NOVAVAX E DA TAKEDA

O laboratóri­o americano Novavax e o japonês Takeda formaram uma parceria que resultou no desenvolvi­mento da NVXCoV2373. Em sua produção, são utilizadas “subunidade­s proteicas” do vírus, ou seja, pequenas partes dele ou partículas sintéticas. A vacina contra a Hepatite B também se utiliza desse processo. (Com informaçõe­s do Plano Nacional de Operaciona­lização da vacinação contra Covid-19, do Ministério da Saúde)

Supervisão: Patrícia Maria Alves - editora

Laboratóri­os de todo o mundo se empenharam para descobrir qual método seria eficiente

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Oli Scarff/AFP

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