Inep orienta estudantes a pedir reaplicação do Enem
Estudantes impedidos de fazer a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em razão de problemas logísticos causados pelos organizadores terão prazo de cinco dias (entre 25 e 29 de janeiro) para solicitar a aplicação da prova em uma nova data.
Neste domingo (17), vários inscritos foram retirados das salas de aula ou impedidos de entrar nos locais de prova mesmo antes do horário de fechamento dos portões. A justificativa dada pelos fiscais foi que o número de participantes já estava em 50% da ocupação total, medida adotada em razão da pandemia de Covid19.
Os estudantes foram orientados a se retirar mesmo seguindo o ensalamento previsto pelos organizadores da prova.
De acordo com a assessoria de imprensa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o edital do Enem prevê o prazo de cinco dias (após a última prova) para a solicitação de reaplicação do exame. Os casos serão julgados individualmente pelo Inep.
As solicitações devem ser feitas na Página do Participante do Enem. “A reaplicação da prova, prevista em edital, será nos dias 23 e 24 de fevereiro, mesma data e com a mesma prova aplicada para pessoas privadas de liberdade (PPL)”, informou a assessoria. Ainda na noite de domingo, o Inep identificou problemas de logística nas cidades de Londrina, Curitiba, Florianópolis, Pelotas e Canoas.
“Trata-se de uma nova prova, com mesmo nível de dificuldade, possível pelo fato de o Enem adotar a metodologia de Teoria de Resposta ao Item. Todos os anos o Inep prepara duas provas: a regular e a de reaplicação/PPL. Este ano, com o Enem Digital, foram preparadas três provas”, completou em nota.
Mais de 2,8 milhões de inscritos não compareceram aos locais de provas neste domingo. A abstenção em todo o país foi de 51,5%. No Paraná, 121.637 não fizeram a prova, o que equivale a 52,2% do total. Até o dia 16 de janeiro, mais de 10 mil inscritos haviam solicitado a reaplicação do exame em razão de doenças infectocontagiosas. Cerca de 8 mil pedidos foram deferidos.
Para o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Iago Montalvão, o índice de abstenção é resultado da insegurança dos inscritos quanto às medidas de prevenção ao novo coronavírus adotadas pelo MEC (Ministério da Educação) durante a prova. “O adiamento era justamente para garantir que as pessoas ficassem mais seguras para fazer a prova. Ficou comprovado a ausência de planejamento e de organização do MEC quando em vários lugares os estudantes foram impedidos de entrar nas salas porque elas estavam superlotadas”, ressaltou.
A reaplicação do exame, segundo ele, gera ainda mais desigualdade entre os participantes. “Você não vai ter nunca duas provas com o mesmo nível de dificuldade. Serão outras questões, outros temas e aí, de fato, você já cria uma desigualdade. Somase a isso o fato de que alguns estudantes ficaram sem aulas durante o ano passado”, lamentou o presidente da UNE.
No próximo domingo (24), os inscritos farão as provas de ciências da natureza e matemática. O exame na versão digital deve ser realizado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.