Joe Biden toma posse como o 46° presidente dos Estados Unidos nesta quartafeira (20). Evento terá segurança máxima após invasão ao Capitólio
Esquema de segurança para evento é montado sob alerta máximo após invasão ao Capitólio
Washington - Milhares de soldados em uniformes camuflados se espalham pelas ruas de Washington. Monumentos e prédios públicos estão cercados. De longe, mal se vê a Casa Branca, protegida por barreiras e homens armados, que impedem a aproximação de veículos e pessoas que normalmente circulavam por ali.
A tensão aguda que invadiu a capital americana é reflexo de um esquema de proteção que vai ser colocado à prova nesta quarta (20), dia em que Joe Biden toma posse como o 46º presidente dos EUA. Mas não é só com a ameaça externa que o Departamento de Defesa está preocupado.
A possibilidade de um ataque interno, causado por agentes de segurança, fez com que o FBI investigasse os 25 mil homens que chegaram a Washington destacados pela Guarda Nacional, com a remoção de dois deles nesta terça (19) por ligações com grupos de extrema direita. A polícia federal americana está examinando o perfil e os antecedentes dos agentes federais e há orientação para que todos os profissionais monitorem e denunciem qualquer comportamento ou comentário suspeito de colegas.
Desde o dia 6, quando apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso na tentativa de impedir a certificação da vitória do democrata, Washington viu a chegada de dezenas de milhares de soldados da força federal. O contingente é maior que as tropas americanas no Afeganistão, no Iraque e na Síria juntas.
A região central, onde fica o Capitólio, a Casa Branca e os principais pontos turísticos da capital, virou uma zona militarizada, bloqueada por veículos militares que dividem espaço com quem vive nas cercanias.
Moradores e pessoas autorizadas precisam se identificar aos agentes antes de cruzar ruas e quarteirões, em que cada espaço tem sido monitorado pela maciça operação coordenada pelo Serviço Secreto.
O alerta máximo foi colocado em marcha diante da ameaça de novos atos violentos após o Congresso ser invadido por uma multidão insuflada por Trump, numa ação que deixou cinco mortos. O republicano não aceita totalmente a derrota e insiste na tese falsa de que as eleições foram fraudadas.
Em comunicado divulgado na semana passada, o FBI, a polícia federal dos EUA, alertou para o risco de manifestações e ataques de grupos armados pró-Trump em Washington e nos 50 estados americanos.
As preocupações foram redobradas depois que apurações apontaram que vários dos invasores do Capitólio no início do mês tinham laços militares, reforçando a tese de que há um crescimento da extrema direita nas fileiras das Forças Armadas americanas.
Segundo o jornal The Washington Post, o Pentágono tem recebido notificações de suspeitas de extremismo doméstico entre membros do serviço militar, a maioria das quais relacionada a veteranos, ou seja, àqueles que não estão mais na ativa.
O Serviço Secreto é responsável pela segurança da posse presidencial nos EUA, mas há vários militares e policiais envolvidos na cerimônia, que vão desde a Guarda Nacional e o FBI ao Departamento de Polícia Metropolitana de Washington e a Polícia do Capitólio.