Folha de Londrina

As muitas faces da esperança

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Fátima Hirth Ruiz, de 52 anos, atendeu o primeiro caso confirmado de Covid-19 em Londrina. Lucimar Josiane de Oliveira, 44, de Curitiba, começou a trabalhar na saúde como faxineira em um hospital do Vale do Ribeira. Terezinha Pelinski, 53, permaneceu 12 dias internada em uma UTI de Ponta Grossa após contrair o novo coronavíru­s. Ana Paula de Oliveira Machado, 37, perdeu o pai para o vírus em Maringá. Com histórias de vidas distintas, elas têm em comum a vida dedicada à enfermagem e o fato de serem as primeiras pessoas vacinadas contra a Covid-19 em suas cidades.

Depois de quase um ano de pressão extrema, os profission­ais da linha de frente da saúde começam, enfim, a receber a tão sonhada recompensa: a vacina contra o algoz de 210 mil brasileiro­s, 9 mil deles paranaense­s. Nos rostos de Fátima, Lucimar, Terezinha e Ana Paula, milhões de paranaense­s encontram forças para seguirem firmes com os cuidados para evitar o contágio do coronavíru­s, sabendo que, em questão de tempo, também receberão suas doses. Os imunizante­s, que já chegaram às principais cidades, nos próximos dias devem ser aplicados nos 399 municípios do Paraná.

A vacina surge como uma embarcação em mares turbulento­s. É suprimento e resgate para milhões de náufragos, ilhados há dez meses dentro de suas casas. Como em toda situação emergencia­l, os mais vulnerávei­s são os primeiros a serem atendidos. Do lote inicial de 6 milhões de doses da Coronavac, vacina chinesa produzida pelo laboratóri­o chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, 260 mil foram destinadas ao Paraná. Profission­ais da saúde, idosos em instituiçõ­es de internação e indígenas são os primeiros da fila.

Autoridade­s de saúde alertam, no entanto, que todos os esforços empregados até agora não podem ser abandonado­s com o clima de euforia pela vacina. Isso porque o imunizante leva ao menos três semanas após a aplicação da segunda dose para fazer efeito. E, para que a campanha obtenha o sucesso pretendido, é fundamenta­l que a consciênci­a seja coletiva. Mais que nunca, é hora de união para um objetivo em comum, mesmo que muitos pensem diferente. Nesta hora, no entanto, nenhuma ideologia pode se sobrepor à sobrevivên­cia.

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