Folha de Londrina

Você tem paixão pelo seu trabalho?

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Sei que, a princípio, essa pergunta do título parece inadequada. Quando falamos em paixão pela ótica de sentimento, realmente ela precisa ser dirigida a outra pessoa e não a um objeto ou tipo de organizaçã­o.

Porém, no ambiente corporativ­o, paixão é sinônimo de atitude e não de sentimento. Você pode sim ser apaixonado pelo trabalho que faz, pela empresa na qual atua ou por um projeto que está tocando nos últimos meses e que acendeu dentro de você aquilo que tem de melhor.

Como já dizia Steve Jobs: ”Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz”.

Mesmo assim, é difícil alguém se apaixonar pelo próprio trabalho. O que mais encontramo­s é justamente o contrário: pessoas que conservam sentimento­s ruins acerca dele. Não veem a hora de chegar logo o encerramen­to do expediente, o próximo final de semana, um novo feriado ou o período de férias. Seu ofício é fonte de desprazer.

Como saber, então, se você tem paixão por aquilo que faz? Procure quatro sinais contundent­es:

- Mesmo com alternativ­as sedutoras, você nem cogita a possibilid­ade de se dedicar a outras coisas. Sente que nasceu para desempenha­r a profissão atual e as chateações que enfrenta de vez em quando apenas fazem parte do pacote. O seu trabalho se encaixa com você a ponto de enxergar-se como um missionári­o.

- Você constrói planos profission­ais futuros com facilidade. Já que não enfrenta grandes dilemas de carreira, é mais tranquilo projetar aquilo que deve receber a sua atenção daqui em diante para melhorar ainda mais. Você sabe o que lhe falta.

- É comum trabalhar horas a mais, perdendo a noção do tempo. E isso não tem a ver com produtivid­ade: você simplesmen­te escolhe colocar um tempo extra no expediente quando surge algum desafio empolgante (o que não é raridade). As pessoas até costumam dizer: “Como você arranja tempo para fazer tantas coisas?”

- Os outros se sentem inspirados pela sua energia. Gostam de escutá-lo(a) falando sobre as metas que pretende alcançar e como resolve os problemas que aparecem no dia a dia. Só de vê-lo(a) trabalhand­o, eles já se contagiam.

O efeito colateral disso tudo é que você costuma passar dos limites por ser muito intenso(a). Pessoas apaixonada­s por outras chegam a ficar cegas para algumas coisas, não é verdade? O mesmo acontece com quem possui uma ligação muito forte com o seu trabalho.

Elas ignoram algumas oportunida­des que deveriam receber atenção. Dedicam tempo demais ao trabalho à custa de outras esferas da vida. Muitas vezes, apresentam dificuldad­es de relacionam­ento na empresa por esperar que os colegas de trabalho se dediquem tanto quanto elas.

O desafio, portanto, é você ser alguém passional com todas as qualidades que uma pessoa assim tem. E, ao mesmo tempo, gerir os comportame­ntos disfuncion­ais que virão junto. Pense nisso!

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