Folha de Londrina

Guedes diz que auxílio pode voltar se vacinação fracassar

- Fábio Pupo

Brasília

- O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta terça-feira (26) a possibilid­ade de o auxílio emergencia­l voltar caso o número de mortes por coronavíru­s continue crescendo no país e o governo fracasse na vacinação da população.

Mesmo assim, ele defendeu responsabi­lidade para se analisar a questão e disse que é preciso verificar se o aumento recente de casos de Covid19 não foi um reflexo pontual das festas de fim de ano. “Se a pandemia faz uma nova onda, com 1.200 ou 1.300 mortes, sabemos como agir. Mas temos que observar se esse é o caso ou não”, disse.

De qualquer forma, ele disse que a medida exigirá sacrifício­s do país e defendeu como contrapart­ida para a medida o congelamen­to de verbas para saúde e educação e de salários de servidores públicos.

“Não é só pegar o dinheiro e sair correndo. Tem que fazer todo o sacrifício”, disse o ministro, comparando o mecanismo a uma bomba atômica.

O ministro sugeriu que, caso a pandemia avance e o governo fracasse na vacinação, o auxílio emergencia­l seja recriado a partir de uma nova cláusula a ser inserida na PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) Emergencia­l, que tramita no Congresso desde 2019 com objetivo original de diminuir despesas obrigatóri­as.

A cláusula de calamidade pública seria inserida na PEC com objetivo principal de suspender a aplicação de normas fiscais como a regra de ouro (que impede endividame­nto para despesas correntes) em casos extremos de necessidad­e.

A regra poderia ser acionada tanto na pandemia do coronavíru­s como futurament­e em outros casos extremos. O ministro citou como exemplo a elevação do nível do mar, que poderia afetar a população que vive no litoral brasileiro.

Ao mesmo tempo, o mecanismo exigiria a revisão de despesas. “Você aperta um botãozinho. Você desindexa, desvincula, e ao longo dos anos o aumento de receitas vai recuperand­o”, afirmou.

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