Folha de Londrina

A velocidade do mercado de tecnologia da informação

Competênci­as digitais devem ser trabalhada­s desde cedo para suprir demanda; no mercado há falta de mão de obra especializ­ada

- Walkiria Vieira

As tantas opções de lazer que nos convidam a sair de casa há cerca de um ano, desde o início da pandemia causada pela covid-19, precisaram ser revistas. “Bater perna”, “arrastar o sari”, “dar um rolê” ganharam freio e deram lugar ao apelo “Fique em casa”. A necessidad­e de recolhimen­to arrebatou a rotina de muitas pessoas de modo peculiar, mas também permitiu descoberta­s de entretenim­ento, trabalho e informação em casa por meio das ferramenta­s online. De forma holística, a tecnologia exerce um papel cada vez mais presente no cotidiano de todos, ao mesmo tempo em que sua velocidade exige que haja profission­ais para assumir funções nessas áreas. O mercado de games é um exemplo de prosperida­de e consumo.

De acordo com a diretora sócia-proprietár­ia da Happy Code, unidade Londrina, Ana Paula Murakawa, existe um mercado sedento por mão de obra especializ­a

da. “Atuamos desde a ponta com crianças de cinco anos até a formação de profission­ais de acordo com a demanda específica de determinad­a empresa”, esclarece. Integrante da APL – Arranjo Produtivo Local, que reúne mais de 2 mil empresas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicaçã­o de Londrina e região, Murakawa destaca que a APL existe com o objetivo de melhorar as negociaçõe­s com fornecedor­es, bem como buscar políticas públicas de incentivo ao setor. “Atualmente, a APL tem uma governança que hoje é formada por 38 a 50 empresas.

Nesse contexto, Murakawa observa que toda a parte de transforma­ção digital existe para atender demandas .“Tudo existe por um propósito, são situações diárias e devem ser cada vez mais acessíveis para todo mundo”, expõe. O sistema de cobrança instalado na padaria, a planilha de um consultóri­o médico ou uma empresa de software são exemplos da presença da tecnologia. “Precisamos criar protagonis­mo nesse processo, cada indivíduo pode ser mais do que usuário, mas isso passa por um problema sério, pois nosso País ainda caminha em passos lentos”, observa.

Murakawa explica que nos cursos de formação de programado­r-Java ou Desenvolvi­mento Full Stack, o formando sai preparado para atender determinad­a demanda. “Porém, nosso maior desafio é que esses profission­ais entendam o quão a tecnologia é rápida, as coisas mudam e precisam estar preparados para caminhar nessa velocidade, acompanhar o mercado e estar sempre aprendendo o novo”, reforça.

O assunto da falta de profission­ais é tão sério que um estudo publicado pela Brasscom conclui que no ano de 2024 haverá um gap de 260 mil vagas sem preenchime­nto. “Trata-se de um verdadeiro apagão e, diante dessa realidade, Google e Amazon, por

exemplo, já se antecipara­m a oferecer cursos gratuitos para driblar o vazio. Esse é um problema que está no radar das empresas”, aponta.

O documento “Formação Educaciona­l e Empregabil­idade em TIC, Achados e Recomendaç­ões”, publicado pelo presidente-executivo da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo

traz, entre as informaçõe­s, a necessidad­e de despertar a vocação para a tecnologia em todas as idades e, por meio de uma linguagem acessível, divulgar o setor de TIC e mostrar que a tecnologia é um excelente carreira para o jovem seguir profission­almente.

A ssim, Murakawa reconhece que

a empregabil­idade nessa área de tecnologia é certeira. “Estudos demonstram a importânci­a das competênci­as digitais desde os primeiros anos de ensino e hoje, nosso negócio é trabalhar justamente essa lacuna que existe entre o mercado e a academia”. De seu ponto de vista, dentro do segmento educaciona­l, há muito a avançar. “A pandemia para a Educação chegou como um tsunami digital. Diante da necessidad­e, foi como se fossem obrigados a colocar um elefante, que é um animal gigante, para dançar da noite para o dia”.

Mais informaçõe­s: https://ondemand.academy/ e https://happycodes­chool.com/

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 ?? Divulgação ?? Ana Paula Murakawa e Dirceu Perre: “Previsão é que no ano de 2024 haverá um gap de 260 mil vagas no mercado de trabalho da tecnologia sem preenchime­nto”
Divulgação Ana Paula Murakawa e Dirceu Perre: “Previsão é que no ano de 2024 haverá um gap de 260 mil vagas no mercado de trabalho da tecnologia sem preenchime­nto”

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