LUIZ GERALDO MAZZA

O mal menor

Era intenso o movimento das candidaturas polarizadas na Câmara Federal ontem na busca do voto dos chamados “independentes”. Nas multifacetadas características do exercer político tudo se ajusta na incoerência, no paradoxo e na ambivalência. Há sempre um critério radical quando os valores se acirram na busca do “mal menor” de Santo Tomaz de Aquino. Isso se dá também quando o ceticismo em relação a pessoas e programas é de tal ordem que justifica a evasão e acaba gerando o inesperado, tal como se deu em 2005 com a maior expressão do baixo clero levando a disputa, com João Severino Cavalcanti.

Obviamente se o centrão levar a melhor, o presidente ficará refém do agrupamento.

Confrontos

A decisão judicial que restabelece aulas presenciais em São Paulo levou os sindicatos do Rio das redes municipal e estadual a decidirem pela greve (84,5% num caso e 89% no outro) contra o retorno, o que pode acontecer aqui no Paraná em que pese o momento difícil vivido pela APP. Cresce a intervenção de mediadores médicos, psicólogos, educadores - pelas aulas presenciais sob argumento de risco do isolamento que prejudica a sociabilidade. Pesquisa mostrou que a saúde mental dos docentes teria melhorado sem aulas presenciais. Como se vê, há dúvidas entre doutrinadores da área.

Recorde

Janeiro registrou o maior número mensal de mortes, com 2.141 (1.812 em dezembro) e 131.772 casos de infecção no Paraná. No total do ano, 9.953 mortes e 545.184 casos. Houve a chegada de mais 14 pacientes de Manaus e estuda-se a possibilidade da variante amazônica circular. Havia no fim de semana 1.323 pacientes internados, 1.101 em leitos do SUS e 222 em leitos da rede privada. Em Londrina, janeiro foi também o mais letal, com 133 mortes, mas isso não levou o prefeito Belinati a endurecer restrições e houve carreatas de educadores e pais pela volta das aulas presenciais. No Brasil até o fim da semana 224.534 mortes (563 entre sábado e domingo) e 9,2 milhões de casos (27.597 nas últimas 24 horas).

Suspiro

Tanto o Ministério da Infraestrutura quanto a Polícia Rodoviária Federal anunciaram com ênfase que havia fluxo livre nas estradas, o que afastava momentaneamente a hipótese da anunciada greve caminhoneira.

Judiciário

O retorno das atividades do Judiciário se deu com um discurso do presidente Luis Fux pela vacina e contra o negacionismo retrógrado que a ameaçava. Na pauta, a questão liberada por Lewandowski das gravações de Sergio Moro com procuradores, o depoimento de Bolsonaro na PF sobre a suposta interferência na corporação, um choque permanente entre punitivistas e garantistas.

Folclore

Age-se muito por impulso em nome da modernidade e sob Temer o Brasil fechou central que distribuía vacinas e privatizou o serviço em 2018 e que a logística teria piorado.