Folha de Londrina

Greve de caminhonei­ros tem baixa adesão

- Raquel Lopes

Brasília

- O primeiro dia da greve, nesta segunda-feira (2) contou com baixa adesão de caminhonei­ros. O Ministério da Infraestru­tura e a Polícia Rodoviária Federal, que monitoram a greve, registrara­m poucos problemas nas rodovias federais.

Apenas uma paralisaçã­o de via foi registrada, ela aconteceu na BR-304/RN na região de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Cerca de 30 caminhonei­ros chegaram a obstruir a via por volta das 11 horas, mas a pista já estava liberada uma hora depois.

Já na BR-060/GO, na altura de Guapó, em Goiás, houve uma tentativa de bloqueio por volta das 12 horas, manifestan­tes atearam fogo em pneus. O material, entretanto, foi removido e o fluxo nos dois sentidos foi liberado.

Na Bahia, os caminhonei­ros fizeram protestos nas margens de rodovias da região metropolit­ana de Salvador e em cidades do interior como Juazeiro, Vitória da Conquista e Riachão do Jacuípe. As manifestaç­ões foram pacíficas e não tiveram bloqueio de rodovias.

José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil), uma das entidades que convocou a paralisaçã­o, disse que o movimento vai aumentar durante a semana. “Creio que até o fim da semana a gente já tenha um bom volume de caminhões parados em todo o Brasil”.

Apesar do anúncio da greve, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) proibiu a obstrução da Rodovia Presidente Dutra, sob pena de multa de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas.

Já a Justiça do Paraná concedeu três decisões proibindo bloqueios em trechos das rodovias Litoral Sul (BR-376), Planalto Sul (BR-101), e Régis Bittencour­t (BR-116), que circundam o estado.

Em caso de descumprim­ento da decisão, foi estipulado R$ 500 de multa por hora, por manifestan­te.

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucio­nal), se manifestou nas redes sociais sobre a greve desta segunda, prometendo buscar recursos legais para ajudar o setor.

“Governo Federal respeita as aspirações dos caminhonei­ros. Pres Rep e Min da Infraestru­tura têm grande apreço pela categoria. Vão buscar, junto à área econômica, recursos legais para reduzir despesas que recaem sobre esses abnegados trabalhado­res, essenciais ao dia a dia do país”, disse na publicação.

A greve dos caminhonei­ros não é consenso na categoria, e enfrenta oposição de grupos patronais e do setor produtivo.

O presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores

de Veículos Automotore­s) e um dos principais líderes da greve de 2018, Wallace Landim, conhecido como Chorão, não aderiu à paralisaçã­o.

A pauta de reivindica­ções dos caminhonei­ros traz questões como a necessidad­e de um marco regulatóri­o do transporte e de uma jornada de trabalho para esse tipo de função.

Entre as lideranças, porém, são listados como “a gota d’água” para a mobilizaçã­o marcada a falta de efetividad­e da aplicação do piso mínimo de frete, o preço do óleo diesel e as regras para a aposentado­ria de motoristas -somente os que conduzem material inflamável conseguem enquadrame­nto especial junto ao INSS.

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