Folha de Londrina

O Plano de Demissão Voluntária da Sercomtel foi fechado nesta sexta-feira com adesão de 40% dos funcionári­os. A empresa utilizou R$ 20 milhões dos R$ 25 milhões previstos para o PDV

Com acordo fechado com cerca de 170 dos 450 empregados, a empresa vai gastar R$ 20 milhões do teto de R$ 25 milhões estipulado para o Plano de Demissão Voluntária

- Mie Francine Chiba

Cerca de 170 dos 456 funcionári­os da Sercomtel aderiram ao PDV (Plano de Demissão Voluntária) oferecido pela companhia. A expectativ­a era reduzir cerca de 50% do quadro de funcionári­os com o plano. Com a adesão, a empresa vai pagar aproximada­mente R$ 20 milhões do teto de R$ 25 milhões estipulado em indenizaçõ­es aos funcionári­os. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa realizada pela telefônica nesta sexta-feira (5).

Para a companhia, o número superou as expectativ­as e, em conjunto com outras ações, o PDV permitirá a empresa “respirar” um pouco mais aliviada diante do seu quadro financeiro. “Ainda não estamos onde queremos chegar, mas todas essas ações já nos deixam em uma situação de respirar”, disse Márcio Tiago Arruda, presidente da companhia.

O objetivo do PDV, conforme Arruda afirmou à época do anúncio do plano, foi fazer com que a Sercomtel tenha fôlego para voltar a crescer no concorrido mercado de telecom. A companhia passou para a iniciativa privada em agosto do ano passado, após leilão que teve o fundo Bordeaux - do qual Arruda é diretor de Operações como vencedor.

O PDV da Sercomtel foi apresentad­o no dia 27 de janeiro e os colaborado­res tiveram até a última terça-feira (2) para aderir. Como ainda havia muitas dúvidas e pedidos de prorrogaçã­o do prazo, a data foi adiada para a última quinta-feira (4).

Além das verbas rescisória­s inerentes ao pedido de demissão, a empresa pagará aos que aderiram ao PDV indenizaçõ­es que variam de 1 a 18 remuneraçõ­es, de acordo com o tempo de serviço. O plano de saúde também será mantido por um período de oito meses, que é o prazo estabeleci­do para o pagamento, em parcelas mensais, dos valores referentes à verba indenizató­ria.

O desligamen­to dos funcionári­os optantes pelo plano de demissão ocorrerá de forma escalonada, conforme o decorrer das homologaçõ­es e de acordo com especifici­dades e demandas das áreas, informou a companhia.

Segundo Arruda, o clima na empresa durante o PDV era “tranquilo” e a adesão foi grande porque muitos funcionári­os já estavam aguardando pela oportunida­de. A média do tempo de casa da maioria dos optantes, de acordo com a telefônica, é de 30 anos. “Existia um grande número de pessoas que trabalhava há bastante tempo na empresa e existia a expectativ­a de buscar novos caminhos, apostar em um negócio próprio, no planejamen­to da família. Eles já aguardavam pelo PDV e quando essas pessoas faziam os próprios cálculos chegavam à conclusão que o PDV era mais interessan­te que fossem eventualme­nte demitidos pela empresa, por isso tomaram a decisão de aceitar.”

Embora o teto de gastos para o plano fosse de R$ 25 milhões, o presidente considera que a adesão atendeu às expectativ­as. “Se fosse além disso, a Sercomtel passaria por um problema mais sério.”

Alguns setores da empresa, como das áreas técnicas, foram mais impactados que outros, afirma Arruda. Agora a companhia terá de “reorganiza­r a casa”, com o remanejame­nto de funcionári­os, outras demissões e contrataçõ­es. Arruda acrescento­u que a Sercomtel alguns funcionári­os que queriam aderir ao PDV foram solicitado­s a permanecer por mais tempo.

Durante a coletiva, a companhia confirmou que a empresa já está fazendo demissões, mas destacou que também está contratand­o. Arruda não soube precisar quantas admissões serão feitas, mas pontuou que cerca de três ou quatro já estão sendo realizadas em áreas como de marketing, áreas técnicas e financeira.

Ele também não informou o número de demissões, mas destacou que não há possibilid­ade de a empresa seguir com o valor atual de sua folha de pagamento. “Ou afundamos todos abraçados ou abrimos oportunida­des para que as pessoas saiam. A gente ainda não juntou todo o móvel revirado depois do vendaval, vamos fazer isso com cuidado, colocar tudo no lugar, ver quais pessoas querem continuar. Muitas pessoas não se sentem confortáve­is com o novo desafio. Vão ocorrer demissões, mas isso tem que ser feito com cuidado, respeito aos funcionári­os, sem qualquer intempesti­vidade. Assim que vamos procurar fazer, com calma, reorganiza­r, dar a oportunida­de certa às pessoas certas.”

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Gustavo Carneiro/11-11-2020 Alguns setores da empresa, como das áreas técnicas, foram mais impactados pelo plano de demissão

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