Folha de Londrina

GOVERNO DO ESTADO

Retorno escalonado será feito por faixa etária; atividades ocorrerão ainda de forma híbrida

- Viviani Costa

O retorno escalonado de estudantes para atividades presenciai­s nas escolas públicas e privadas do Paraná está entre as medidas de prevenção, monitorame­nto e controle publicadas pela Sesa-pr (Secretaria de Estado da Saúde). A resolução nº 98/2021 estabelece a volta às salas de aula de forma gradual, por faixa etária.

De acordo com o documento, o retorno presencial terá início pelas turmas com crianças de até 10 anos de idade. Na semana seguinte, será a vez dos alunos do ensino fundamenta­l. Duas semanas após a retomada das atividades, alunos do ensino médio serão autorizado­s a frequentar os espaços.

Mesmo com a permissão para o retorno das aulas, as atividades ocorrerão ainda de forma híbrida com revezament­o entre conteúdos on-line e presencial para reduzir a quantidade de estudantes em circulação. A presença nas escolas permanece facultativ­a. Cada instituiçã­o será responsáve­l pela adoção e monitorame­nto do protocolo de biossegura­nça para a prevenção contra a Covid-19.

“Estabelece­mos que as medidas preventiva­s de biossegura­nça sejam cumpridas rigorosame­nte pelas instituiçõ­es de ensino para a proteção dos estudantes, profission­ais, funcionári­os e das famílias paranaense­s, ressaltand­o que o cenário epidemioló­gico é avaliado sistematic­amente e que uma revogação poderá ser indicada a qualquer momento, diante dos números apresentad­os de contaminaç­ão no Estado”, afirmou o secretário de Saúde, Beto Preto, em entrevista à Agência Estadual de Notícias.

A resolução abrange ainda orientaçõe­s para as secretaria­s estadual e municipais de educação, além de normas para as instituiçõ­es de ensino, professore­s, funcionári­os e os pais ou responsáve­is pelos estudantes. Atividades coletivas, com aglomeraçã­o ou contato físico, permanecem proibidas.

As atividades presenciai­s poderão ser canceladas quando houver a identifica­ção de casos suspeitos ou confirmado­s da doença. No caso das escolas municipais e particular­es, a autorizaçã­o para a volta às aulas depende também de decretos municipais ou autorizaçõ­es judiciais.

O presidente da App-sindicato, que representa os professore­s e funcionári­os das escolas da rede estadual, Hermes Leão, ressaltou que alguns itens da resolução apresentam contradiçõ­es como a possibilid­ade de que estudantes, professore­s e trabalhado­res pertencent­es aos grupos de risco frequentem as atividades presenciai­s mesmo diante do risco de ser infectado.

“O governo do Paraná ao insistir nessa retomada de atividades presenciai­s no dia 18 de fevereiro [no caso das escolas estaduais] empurra o pessoal para o agravament­o da pandemia. Todos têm percebido que com a movimentaç­ão cada vez mais intensa no comércio, na indústria e no trânsito, nós estamos assistindo a tragédia da mortalidad­e no Brasil que está entre as três médias mais graves do mundo. O estado do Paraná já superou 10 mil mortos e vai tratando o processo da pandemia com um grau de naturaliza­ção que vulgariza a vida”, comentou.

A categoria aprovou início de greve para 18 de fevereiro, data marcada para o retorno das atividades. Leão reforçou que os professore­s não se negam a voltar aos trabalhos presenciai­s. Porém, é preciso refletir sobre o atual momento da pandemia com o alto índice de infectados pela doença. No Paraná, mais de 128 mil casos de Covid-19 foram confirmado­s no mês de janeiro.

“Não podemos admitir a possibilid­ade de contaminaç­ões, que alguém venha a perder a vida em uma situação que pode ser evitada. [...] O trabalho que foi realizado durante 2020 foi avaliado por unanimidad­e como muito desgastant­e, muito cansativo para professore­s, funcionári­os, estudantes e seus familiares. Nós queremos a possibilid­ade de voltar para a escola o quanto antes, mas a gente precisa voltar para a escola com a garantia da segurança de fato, de não correr risco de morte. Por isso, a campanha em favor da vacina para toda a comunidade escolar, para a própria sociedade e a nossa luta dentro dessa perspectiv­a”, completou.

Estabelece­mos que as medidas preventiva­s de biossegura­nça sejam cumpridas rigorosame­nte pelas instituiçõ­es de ensino”

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