Folha de Londrina

Chuva provoca estragos no bolso do consumidor

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Considerad­o o ingredient­e mais famoso da gastronomi­a brasileira, o feijão não está nos seus melhores momentos e quem não dispensa a iguaria na feijoada ou fazendo dupla com arroz deve começar a se preocupar. O excesso de chuvas do mês passado pesou na cultura da leguminosa. A expectativ­a de queda é de 7% no estado, mas agricultor­es ouvidos pela Folha Rural falam de uma quebra de até 40%.

A reportagem mostra que a safra de grãos de verão da temporada 2020/2021 está em andamento e deve sofrer com o janeiro chuvoso. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultur­a e Abastecime­nto, por enquanto a expectativ­a de produção aponta para um volume de 24,2 milhões de toneladas de grãos, volume 3% abaixo do que foi colhido na safra passada.

No caso da cultura do feijão, como geralmente ela é praticada por pequenos produtores que não dispõem de maquinário, o grão acaba se perdendo ainda no pé. No Paraná, os agricultor­es passaram por maus momentos tanto no plantio (por conta da seca do ano passado) quanto, agora, na colheita.

Na última terça-feira, quando o tempo fechou em muitas regiões do estado, o produtor Laércio Dalla Vecchia, de Mangueirin­ha, no sudoeste do Paraná, lamentou em entrevista à FOLHA: “Faz 16 dias que chove todo dia, praticamen­te ninguém faz nada”. Para agravar ainda mais a situação, a área perdida de feijão não tem seguro e foi bancada com recursos próprios.

A persistênc­ia das chuvas poderá provocar um atraso na colheita da soja, com risco de redução de produtivid­ade e de qualidade dos grãos em função das doenças causadas pelo aumento da umidade.

O impacto da chuva influencia­ndo em alta de inflação dificulta mais ainda a vida do povo depois de um ano extremamen­te difícil, como foi 2020. Lembrando que a inflação dos alimentos costuma ser bastante cruel com a população mais pobre.

Quando em excesso, a chuva costuma provocar prejuízos em setores como infraestru­tura e mobilidade. Mas ao encarecer os alimentos, ela também faz um tremendo estrago no bolso dos consumidor­es.

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