‘Primeiro passo é acelerar aprovação do Orçamento’
Definida a nova mesa diretora da Câmara, como analisa a perspectiva do próximo biênio?
A perspectiva é boa, apesar da distância entre projeto e execução. O primeiro passo é acelerar a aprovação do Orçamento. Sem ele aprovado, tudo trava. Na sequência, vamos nos debruçar sobre as reformas administrativa e tributária. Em paralelo, vamos continuar votando medidas do combate à Covid-19, tanto dando mais estrutura para o sistema de saúde como combatendo seus efeitos na economia e na sociedade. Precisamos aprovar a continuidade do auxílio emergencial. Nós, do Cidadania, já apresentamos um projeto com um valor de R$ 300 por mais seis meses.
A Câmara saiu fortalecida após as eleições internas?
Ela já estava fortalecida e a prova foi seu protagonismo durante o ano passado no processo de combate à pandemia. Enquanto o governo estava perdido, sem saber o que fazer e negando a gravidade da crise, tomamos a frente e aprovamos medidas que foram fundamentais, como o auxílio emergencial, o aumento de repasse para a área da saúde e as ajudas para estados e municípios, cultura e empresas. A Câmara estava forte, quem estava fraco era o governo. Esperamos que, com a nova direção, a Câmara se mantenha forte e o governo acorde. Parece que já está dando sinal.
É possível o Congresso e o governo chegarem a uma agenda em comum?
Este empenho é fundamental. Nossa economia está patinando e obviamente piorou com a pandemia, mas, para o Congresso aprovar esta pauta, o governo também precisa deixar claro o que quer. Não ficar uma hora querendo uma coisa e depois querendo outra. Aumento ou criação de impostos o Congresso não vai aceitar. Outro ponto importante é que o presidente da República não precisa ajudar, mas pelo menos tem que deixar de atrapalhar com atos impensados que criam crises entre os poderes e países aliados. O que é difícil, pois ele já está em franca campanha para 2022 e não esconde.
Quanto à pauta de costumes, acredita que os temas irão avançar?
A maior parte dessa pauta representa retrocessos. Sou frontalmente contra, por exemplo, as iniciativas que incentivam a população a se armar. Já está mais que provado que isso não resolve o problema da violência. Tem é um efeito contrário, aumentando o número de mortes violentas. Também há uma fixação do governo pelo “homeschooling”, o que considero um erro. Sempre defendi que lugar de criança é na escola, que é fundamental para sua socialização.