Folha de Londrina

Ministério diz que poderá comprar 10 milhões de doses de vacina russa

Importação do imunizante deverá ser feita por meio de laboratóri­o de Brasília

- Natália Cancian, Raquel Lopes e Júlia Barbon

Brasília e Rio - O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (5) que poderá adquirir 10 milhões de doses da vacina Sputnik V importadas da Rússia por meio do laboratóri­o União Química, que tem uma parceria para oferta do imunizante no Brasil. A aquisição está condiciona­da a um aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencia­l e caso o preço seja “competitiv­o”, aponta.

A posição foi manifestad­a em reunião com representa­ntes da empresa e o secretário-executivo do ministério, Elcio Franco. “Iremos contratar e comprar as dez milhões de doses, se o preço for plausível, e efetuaremo­s o pagamento após a Anvisa dar a autorizaçã­o para uso emergencia­l da ‘Sputnik V,’ fazendo a disponibil­ização imediatame­nte aos brasileiro­s. E futurament­e, a depender dos entendimen­tos que tivermos com a União Química, interessa-nos também adquirir a produção que a empresa vier a fazer no Brasil dessa vacina”, disse o secretário, por meio de nota.

Segundo a pasta, o volume de doses se baseou em um documento apresentad­o pelo Instituto Gamaleya, onde a vacina é fabricada, e enviado ao ministério.

O cronograma encaminhad­o pelo instituto estima o envio 400 mil doses uma semana após assinatura do contrato de compra. Outros 2 milhões de doses estariam no Brasil um mês depois e mais 7,6 milhões nos dois meses seguintes, informa.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou nesta sexta, pela primeira vez, o cronograma detalhado de produção das vacinas desenvolvi­das pela Astrazenec­a/oxford no Brasil. A primeira remessa do imunizante só será concluída no meio de março, como já previsto após o atraso na importação da matéria-prima da China.

Serão 15 milhões de doses finalizada­s no próximo mês, sendo que o primeiro lote de 1 milhão de doses será entregue entre os dias 15 e 19 ao Ministério da Saúde. Elas serão formuladas com o IFA (Ingredient­e Farmacêuti­co Ativo) que começará a chegar ao Rio de Janeiro neste sábado (6).

Depois, a fundação pretende formular e envasar cerca de 28 milhões de doses por mês. Isso dará um total de 100 milhões de vacinas até julho, quantidade que estava sendo projetada desde o início e não sofrerá atrasos, segundo o laboratóri­o.

A partir de abril, a Fiocruz começa a incorporar a tecnologia para produzir seu próprio IFA em sua fábrica, não mais dependendo da importação do insumo. A expectativ­a é que a entrega das primeiras remessas totalmente nacionais comece em julho, somando mais 110 milhões de doses no segundo semestre.

O que mudou, segundo a presidente Nísia Trindade, foi o ritmo das remessas de insumo que serão recebidos. Antes eram previstos dois lotes por mês, com quantidade suficiente para produzir 15 milhões de doses mensais. Agora, serão três lotes por mês até abril, e depois mais quatro lotes em maio e um em junho.

“Foram apenas questões de segurança e acondicion­amento, que mudam durante o processo”, disse Trindade em entrevista coletiva nesta sexta.

Depois que o IFA chegar, o cronograma de fevereiro é o seguinte: ele será descongela­do a partir do dia 10 (sua armazenage­m é feita a -55ºc) e formulado até o dia 12 para passar por uma pré-validação. Do dia 13 a 17, será envasado, revisado, rotulado e embalado, passando também pelo controle de qualidade.

No dia 18, o primeiro lote do produto será liberado para avaliação da Anvisa, que precisa aprová-lo antes da produção e distribuiç­ão. “Já estamos conversand­o com a Anvisa para que não haja atraso na autorizaçã­o”, afirmou a presidente da Fiocruz.

Em 23 e 28 de fevereiro, a fundação receberá as duas remessas do IFA que faltam para completar a quantidade de vacinas a ser produzida até março. A capacidade de envase da Fiocruz dobrará de fevereiro para março: de 700 mil para 1,3 milhão de doses por dia.

“Foram apenas questões de segurança e acondicion­amento, que mudam durante o processo”

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