Folha de Londrina

Em ‘Cidade Invisível’, ator encara saci-pererê e uma Cuca bartender

‘Cidade Invisível’, série da Netflix que acaba de estrear, traz personagen­s do folclore brasileiro adaptados à vida contemporâ­nea

- Leonardo Sanchez

São Paulo - Uma série nacional da Netflix, traz um policial com um passado de perdas familiares busca respostas pessoais e também para crimes misterioso­s que caem nas mãos dele. A sinopse pode até lembrar “Bom Dia, Verônica”, mas, na verdade, pertence a uma nova produção, “Cidade Invisível”.

Se a primeira tinha os pés fincados na realidade e apostava no peso dos dramas que cercavam seus personagen­s, a série que estreou na sexta-feira (5) prefere seguir uma narrativa mais leve e fantástica, ao resgatar as lendas do folclore brasileiro.

“Cidade Invisível” acompanha os passos de um fiscal ambiental, personagem de Marco Pigossi, depois que sua mulher morrer de forma trágica num incêndio florestal. Pouco depois, um boto-cor-de-rosa, animal de água doce, aparece morto nas areias do Rio de Janeiro, o que leva a investigaç­ão do mocinho a embarcar num mundo oculto povoado por seres como o curupira e o saci-pererê.

A série é o primeiro projeto com atores de carne e osso de Carlos Saldanha, diretor de animações de sucesso em Hollywood, como “A Era do Gelo” e “O Touro Ferdinando”.

Foi o carioca quem levou a ideia à Netflix, depois de muito pensar sobre como poderia fazer sua estreia à frente de um título com atores de verdade.

Da mesma forma que fez no desenho “Rio”, sobre uma arara-azul criada em cativeiro que se aventura pelas belas paisagens da capital fluminense, Saldanha queria, com o novo projeto, falar da cultura brasileira e homenagear sua cidade natal. “Parti do sentimento de que havia toda uma geração de brasileiro­s que, diferente da minha, não cresceu com Monteiro Lobato, com a sua interpreta­ção do folclore”, diz ele, por videoconfe­rência.

Para conceber “Cidade Invisível”, Saldanha teve ajuda de Januária Cristina Alves, autora do “Abecedário de Personagen­s do Folclore Brasileiro”, finalista do prêmio Jabuti.

Nas telas, os personagen­s foram modernizad­os e introduzid­os à realidade brasileira e aos dias atuais. Saci-pererê é um jovem que mora nas ruas do Rio e que troca a carapuça por uma bandana vermelha. No lugar de uma das pernas, uma prótese o ajuda a esperar sua vez na fila para conseguir um prato de sopa de graça.

Já a Cuca, com ou sem vacina para a Covid-19, não tem aparência de jacaré, nem habita uma caverna no meio da mata. Ela comanda um bar no fervo da Lapa, onde a mixologia dos drinques se confunde com a de suas poções. Tudo foi pensado cuidadosam­ente para se manter fiel à essência das personagen­s, mas com adaptações em sintonia com o público mais adulto e com o gênero policial.

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Netflix/ Divulgação Alessandra Negrini é a Cuca repaginada na série, personagem do folclore que pode assumir várias formas

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