Em conversa com FHC, Doria busca amenizar crise no PSDB
São Paulo - O governador João Doria (PSDB) quer abaixar a temperatura da crise aberta em seu partido nesta semana, visando retomar a discussão sobre sua candidatura à Presidência em 2022 um pouco mais à frente.
O político conversou na manhã dessa quinta (11) com o patrono do tucanato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre a turbulência que afetou a sigla desde a eleição ao comando da Câmara dos Deputados, na semana passada.
A bancada de 33 deputados do PSDB rachou, e estima-se que pelo menos a metade dela votou no candidato do presidente Jair Bolsonaro, adversário figadal de Doria, Arthur Lira (PP-AL).
Na reunião, ocorrida no apartamento de FHC no bairro paulistano de Higienópolis, os dois políticos concordaram que ninguém ganhou com a confusão que se deu a seguir mas também que o PSDB precisa se firmar como oposição a
Bolsonaro se quiser ter chances no ano que vem.
Com efeito, ninguém comentou o teor da conversa oficialmente, e apenas aliados de ambos falaram reservadamente sobre o assunto.
FHC foi fiel ao seu estilo de “crise que entra no meu gabinete sai menor”, sem recriminações. Isso não significa que, para Doria, a questão central do apoio de seu partido à sua postulação esteja encerrada, ao contrário.
Como reação ao movimento na Câmara, que ele acusou publicamente ser obra do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), Doria chamou membros da cúpula tucana para jantar na segunda (8), como o jornal Folha de S.Paulo revelou.
No encontro, vários aliados seus presentes abriram o jogo: queriam ver Doria na presidência do PSDB, uma forma de criar uma ordem unida no partido, a exemplo do que o próprio Aécio fizera em 2014, quando perdeu no olho mecânico a eleição presidencial para Dilma Rousseff (PT).