Veja dicas de como fazer o seu gato beber água
Fontes podem servir de estímulo à ingestão hídrica dos felinos que, pela natureza deles, se escondem para comer e andam muito para buscar água
“Cadê a água que estava aqui? O gato bebeu”. Nem todos. Em comparação aos cães, os felinos não têm o hábito de beber tanta água, por isso, é preciso estimulá-los. As fontes de água podem servir como apoio, mas existem outras alternativas. Especialista apresenta estratégias para incentivar os bichanos a se hidratarem mais.
“A gente precisa entender que o felino se originou no deserto. O centro da sede dele está adaptado para morar no deserto, por isso ele não tem tanto o hábito de beber água. Por isso, é sempre importante criar alguma coisa para estimulálo”, afirma a médica veterinária pós-graduada em medicina felina, Zandreli Elis Catelli.
Por isso, a dica é mimetizar o habitat natural dele. O gato é originalmente um caçador, se esconde para comer e depois caminha para beber água cristalina. “Um dos principais erros é comprar um potinho e colocar do lado da ração. Pela natureza dele, ele caça, se esconde para comer e anda muito para buscar água, por isso recomendo o tutor a deixar o pote mais distante”, afirma.
Outra questão é a visão do felino. Segundo a especialista, eles enxergam melhor a distância, por isso, é comum que alguns gatos coloquem a pata no pote antes de consumir o conteúdo, pela dificuldade de identificar o nível da água. “Então, coloque um pote limpo com água sempre pela boca. Se estiver muito baixa, ele não vai visualizar e vai deixar de beber”, explica.
A médica veterinária recomenda testar os tamanhos de potes (com bocas pequenas e grandes) e não indica os potes de plástico pela questão de acúmulo de sujeira. A questão da higiene é fundamental para manter a saúde do pet, com troca diária da água, limpeza periódica do bebedouro e, no caso das fontes, a troca regular do filtro.
Por conta de alguma patologia, alguns animais têm necessidade de ingestão hídrica maior. Nesses casos, a orientação é preencher o pote com água mais de uma vez ao dia. A orientação também serve para animais que compartilham o bebedouro.
Aqui também vale a ressalva de que alguns animais tem necessidade de uma ingestão hídrica maior por conta de al
A alimentação natural de gato é rato e o rato tem 70% de água”
guma patologia. Sendo assim, pode ser que esse pote precise ser preenchido mais que uma vez ao dia. Quando tem mais de um animal que gosta do mesmo porte também.
FONTES
Como os gatos possuem dificuldade no consumo da água, as fontes podem servir de estímulo para aumentar a ingestão hídrica dos felinos. Isso porque o barulho e o movimento da água ativam a curiosidade do felino até pela semelhança com o que é encontrado na natureza.
“O gato gosta de enxergar o que ele está tomando. No seu habitat, ele via o rio cristalino, cheio de pontos brilhantes, a fonte faz isso. Então, tem gatos que se atraem por isso, mas não são todos”, afirma. Catelli indica as fontes para aqueles gatos que já possuem o hábito de beber na torneira, pois o dispositivo mantém a água em movimento sem desperdício.
MERCADO
No mercado, há fontes dos mais vários modelos e bolsos. De plástico, de barro, de cerâmica, de alumínio, em níveis de água diferentes, com torneira, com corredeira de bambu, design inteligente, tecnológicos. Os valores vão de R$ 50 e podem ultrapassar os R$ 600. Como sugestão, a médica veterinária indica comprar um modelo que também seja decorativo para a casa, pois caso o gato não venha a utilizar a fonte, o comprador não vai perder o investimento.
FAÇA O SEU
Porém, é possível fazer um modelo simples em casa utilizando um pote fundo e uma bomba de aquário. Deixe a bomba submersa na água deixando a saída de água virada para cima. Também é possível emendar uma mangueira na saída de fluxo da bomba para que ela alcance o nível da água e criar o efeito da fonte.
Catelli orienta que seja feito o teste com o modelo caseiro para se certificar de que o gato vai realmente utilizar a fonte antes de investir um dispositivo mais caro. Ela também indica redobrar a atenção com a higiene nesse formato.
CUIDADOS
Em caso de queda de energia, o gato não vai usar a fonte, por já estar acostumado com o barulho causado por ela. Nesse ponto, é importante que o tutor esteja atento se o bichano deixou de beber água por esse motivo.
ONDE DEIXAR?
Apesar da praticidade, não é indicado deixar no mesmo espaço a comida, a bebida e a caixa de areia do gato. Da mesma forma, é importante ter mais potes de água espalhados pela casa. Em casa que há cachorros, a médica veterinária indica colocar o bebedouro em superfícies em que o cão não alcance.
RAÇÃO
Além dos potes de água e fontes, Catelli indica que tutores busquem uma alimentação adequada para os felinos para melhorar a ingestão hídrica. “A alimentação natural de gato é rato e o rato tem 70% de água. O homem criou a ração seca e privou a ingestão hídrica automática vinda do alimento”, ensina.
Por isso, é indicado oferecer a ração úmida em detrimento da ração seca. A especialista explica que é mito que os sachês não são saudáveis para o animal. Caso o tutor ainda prefira ofertar a ração seca, ensina a inserir água no alimento.
“Na ração seca ou úmida, pode colocar mais água para ele automaticamente ingerir esse líquido. Se a gente faz isso até o quarto mês de vida, há mais chance de ele comer vários tipos de alimentos. Se criar hábito só com ração seca, eles viciam. Para esses gatos, o ideal é introduzir alimento úmido e sempre com líquido até a quantidade que ele suporte para ele não rejeitar o alimento.” A especialista ressalta que nunca é tarde para começar a inserir a ração úmida, ainda que o gato recuse o alimento na primeira vez, é importante insistir para que ele tenha beba a quantidade necessária ao dia.
De acordo com a veterinária, em média, um gato que consome ração seca precisa ingerir a quantidade de água que seja de 70 vezes o seu peso aproximadamente. Portanto, um gato que pese três quilos deve consumir 210 mililitros de água ao dia. Se o gato for alimentado por um sachê por dia, ele precisa de 50 vezes o peso de água, chegando, a 150 mililitros diários.