Folha de Londrina

Pazuello promete imunização geral em 2021

De acordo com consórcio de imprensa, País vacinou até agora menos de 3% da população

- Natália Cancian, Renato Machado, Danielle Brant e Thiago Resende

Brasília

- Em meio a críticas por conta da lentidão na vacinação contra o novo coronavíru­s e reconhecen­do a dificuldad­e de adquirir doses no exterior, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que espera vacinar toda a população até o fim deste ano. Em sessão no plenário do Senado nesta quinta-feira (11), o ministro da Saúde disse que sua expectativ­a vacinar 50% da população até junho e a outra metade até o fim do ano.

Segundo dados do consórcio dos veículos de imprensa, o Brasil vacinou até o momento 4,4 milhões de pessoas, o equivalent­e a 2,69% da população acima de 18 anos - o país tem 211,7 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

Nem toda a população, no entanto, é indicada para receber a vacina. Não há estudos, por exemplo, sobre a aplicação dos imunizante­s em menores de 18 anos.

Além disso, por falta de doses, a vacinação foi interrompi­da em cidades da região metropolit­ana do Rio de Janeiro nesta semana; Salvador alterou o cronograma também por escassez de imunizante­s.

“Começamos a ter a seguinte certeza: para vacinar o nosso país precisaría­mos fabricar vacinas. Esse é o destino do nosso país, somos fabricante­s de vacinas. Vamos fabricar vacina para o Brasil e para a América Latina. Não podemos contar com laboratóri­os que apenas nos vendam as vacinas”, disse Pazuello. “Vamos vacinar o país em 2021, 50% até junho e 50% até dezembro. Esse é o nosso desafio, o que estamos buscando e o que vamos fazer”, afirmou.

O ministro foi convidado a participar da sessão, em requerimen­to aprovado pelos senadores na semana passada. Senadores já reuniram assinatura­s suficiente­s para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamenta­r de Inquérito) da Covid.

A decisão final cabe ao presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Antes da sessão, Pacheco afirmou que a fala de Pazuello não seria decisiva para definir a instalação ou não da CPI, mas ressaltou que seria “importante”.

Pazuello ressaltou que enfrenta dificuldad­es para adquirir vacinas no exterior, sendo que os produtores oferecem disponibil­idade de doses insuficien­tes para a realidade brasileira. Por isso sinalizou que a aposta seria a produção nacional.

O ministro da Saúde voltou a atacar as condições da Pfizer, que pediu impôs condições, como o não julgamento em tribunais brasileiro­s e a imunidade em casos de reações adversas. Pazuello disse que as condições são impraticáv­eis e “leoninas”.

Segundo o ministro, a pasta tem hoje negociaçõe­s com a Bharat Biotech, que fabrica a vacina Covaxin e com o Instituto Gamaleya, da Rússia, para obter a vacina Sputnik. No primeiro caso, são previstas 20 milhões de doses em 60 dias. No segundo, 10 milhões de doses. Também teve reuniões com Janssen, Moderna e Pfizer.

DESTRUIÇÃO

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira um projeto que inclui a destruição de vacinas entre as hipóteses de dano qualificad­o previstas no Código Penal, com pena de prisão de um a cinco anos e pagamento de multa. O texto, de autoria dos deputados Mário Negromonte Jr (PP-BA) e Luizão Goulart (Republican­os-PR), foi aprovado em votação simbólica e agora vai ao Senado.

O projeto insere um parágrafo dentro do item dano qualificad­o no artigo 163 do Código Penal, que dispõe sobre destruição, inutilizaç­ão ou deterioraç­ão de coisa alheia. O item prevê pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa, se a coisa destruída, inutilizad­a ou deteriorad­a for vacina, insumo ou qualquer outro bem destinado ao enfrentame­nto de emergência de saúde pública.

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