Pazuello promete imunização geral em 2021
De acordo com consórcio de imprensa, País vacinou até agora menos de 3% da população
Brasília
- Em meio a críticas por conta da lentidão na vacinação contra o novo coronavírus e reconhecendo a dificuldade de adquirir doses no exterior, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que espera vacinar toda a população até o fim deste ano. Em sessão no plenário do Senado nesta quinta-feira (11), o ministro da Saúde disse que sua expectativa vacinar 50% da população até junho e a outra metade até o fim do ano.
Segundo dados do consórcio dos veículos de imprensa, o Brasil vacinou até o momento 4,4 milhões de pessoas, o equivalente a 2,69% da população acima de 18 anos - o país tem 211,7 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nem toda a população, no entanto, é indicada para receber a vacina. Não há estudos, por exemplo, sobre a aplicação dos imunizantes em menores de 18 anos.
Além disso, por falta de doses, a vacinação foi interrompida em cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro nesta semana; Salvador alterou o cronograma também por escassez de imunizantes.
“Começamos a ter a seguinte certeza: para vacinar o nosso país precisaríamos fabricar vacinas. Esse é o destino do nosso país, somos fabricantes de vacinas. Vamos fabricar vacina para o Brasil e para a América Latina. Não podemos contar com laboratórios que apenas nos vendam as vacinas”, disse Pazuello. “Vamos vacinar o país em 2021, 50% até junho e 50% até dezembro. Esse é o nosso desafio, o que estamos buscando e o que vamos fazer”, afirmou.
O ministro foi convidado a participar da sessão, em requerimento aprovado pelos senadores na semana passada. Senadores já reuniram assinaturas suficientes para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid.
A decisão final cabe ao presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Antes da sessão, Pacheco afirmou que a fala de Pazuello não seria decisiva para definir a instalação ou não da CPI, mas ressaltou que seria “importante”.
Pazuello ressaltou que enfrenta dificuldades para adquirir vacinas no exterior, sendo que os produtores oferecem disponibilidade de doses insuficientes para a realidade brasileira. Por isso sinalizou que a aposta seria a produção nacional.
O ministro da Saúde voltou a atacar as condições da Pfizer, que pediu impôs condições, como o não julgamento em tribunais brasileiros e a imunidade em casos de reações adversas. Pazuello disse que as condições são impraticáveis e “leoninas”.
Segundo o ministro, a pasta tem hoje negociações com a Bharat Biotech, que fabrica a vacina Covaxin e com o Instituto Gamaleya, da Rússia, para obter a vacina Sputnik. No primeiro caso, são previstas 20 milhões de doses em 60 dias. No segundo, 10 milhões de doses. Também teve reuniões com Janssen, Moderna e Pfizer.
DESTRUIÇÃO
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira um projeto que inclui a destruição de vacinas entre as hipóteses de dano qualificado previstas no Código Penal, com pena de prisão de um a cinco anos e pagamento de multa. O texto, de autoria dos deputados Mário Negromonte Jr (PP-BA) e Luizão Goulart (Republicanos-PR), foi aprovado em votação simbólica e agora vai ao Senado.
O projeto insere um parágrafo dentro do item dano qualificado no artigo 163 do Código Penal, que dispõe sobre destruição, inutilização ou deterioração de coisa alheia. O item prevê pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa, se a coisa destruída, inutilizada ou deteriorada for vacina, insumo ou qualquer outro bem destinado ao enfrentamento de emergência de saúde pública.