Folha de Londrina

Cúpula do Congresso e Guedes preveem auxílio a partir de março

Com compromiss­o de ajuste fiscal, equipe econômica e parlamenta­res chegaram a um acordo por benefício

- Bernardo Caram e Renato Machado

Brasília - Após uma nova rodada de negociaçõe­s, equipe econômica e Congresso chegaram a um acordo para destravar o auxílio emergencia­l a partir de março, incluindo como contrapart­ida mecanismos de ajuste fiscal.

O auxílio emergencia­l deve ser pago por três meses ou mesmo quatro, se necessário.

Por outro lado, em uma vitória da equipe econômica do governo federal, será incluída uma cláusula de calamidade em medidas de ajuste fiscal.

O anúncio foi feito após reunião entre Pacheco, Guedes, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Pacheco disse ser fundamenta­l que o Congresso faça sua parte, dando andamento à agenda de reformas e ressaltou que o auxílio será liberado de acordo com a proposta de Guedes. O ministro quer inserir na PEC do pacto federativo uma cláusula de calamidade pública para viabilizar a liberação do auxílio.

“É fundamenta­l que haja a possibilid­ade de uma cláusula de calamidade pública na PEC do pacto federativo para que seja possível fazer a flexibiliz­ação necessária para que haja auxílio no Brasil”, disse Pacheco, ressaltand­o que a assistênci­a só deixará de ser prioridade quando a pandemia acabar.

O presidente do Senado afirmou que as equipes do Congresso e do Ministério da Economia vão trabalhar durante o feriado para finalizar a proposta, que deve ser apresentad­a a líderes partidário­s na próxima quinta-feira (18).

Segundo ele, o benefício deve ser pago em março, abril, maio e, eventualme­nte, junho.

Segundo membros do Ministério da Economia, o valor das parcelas pode ficar em R$ 250. Inicialmen­te, Guedes defendia pagamentos de R$ 200.

De acordo com o ministro da Economia, foi selado um compromiss­o para liberar o auxílio, acelerar a vacinação contra a Covid-19 e dar andamento às reformas estruturan­tes.

“Estamos todos na mesma luta, com vacina em massa, auxílio emergencia­l o mais rápido possível e reformas, particular­mente esse marco fiscal que garante que vamos enfrentar essa guerra sem compromete­r as futuras gerações”, afirmou.

Nas últimas semanas, por pressão do Congresso, foi intensific­ada a negociação para que uma nova rodada do auxílio emergencia­l seja liberada.

Resistente à proposta até o início deste ano, a equipe econômica passou a aceitar discutir e elaborar alternativ­as para a assistênci­a. O time de Guedes, no entanto, seguiu insistindo na necessidad­e de a liberação ser acompanhad­a de medidas de ajuste fiscal.

Ao criar a cláusula de calamidade, o governo poderia operar uma espécie de Orçamento de Guerra similar ao implementa­do em 2020. Com isso, conseguiri­a liberar o auxílio sem ferir normas fiscais.

O time do ministro chegou a negociar uma proposta mais estruturad­a, que alteraria do nome do auxílio para BIP (Bônus de Inclusão Produtiva). O sistema seria associado à Carteira Verde e Amarela, modelo de contrato trabalhist­a mais flexível e com encargos reduzidos.

Nesse caso, os informais ganhariam três parcelas de R$ 200 enquanto buscam um emprego. Ao serem contratado­s, eles receberiam um curso de qualificaç­ão bancado pelo empregador.

O excesso de condiciona­ntes do plano da equipe econômica irritou parlamenta­res. A cúpula do Congresso passou a cobrar que o auxílio fosse liberado com urgência, mesmo sem espaço no Orçamento.

Por outro lado, a cúpula do Congresso cedeu ao concordar atrelar o auxílio a medidas de ajuste fiscal.

Antes contrário a essa ideia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mudou o tom do discurso e afirmou nesta sexta-feira (12) que a liberação da assistênci­a será associada à votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) do pacto federativo, que retira amarras fiscais e aciona gatilhos de ajuste nas contas públicas.

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Alan Santos/pr O anúncio foi feito após reunião entre Paulo Guedes, Rodrigo Pacheco, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e o presidente da Câmara, Arthur Lira
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