Folha de Londrina

Mega vazamentos de dados: precisamos saber enfrentar ciberataqu­es

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Os brasileiro­s estão expostos na internet. Nos últimos dias, a imprensa noticiou que grandes vazamentos de dados jogaram na rede mundial de computador­es informaçõe­s financeira­s de milhões de pessoas, liberando o caminho para crimes de fraude.

Esse tipo de vazamento funciona como o rompimento da barragem de Mariana. Não dá para reverter o estrago, somente minimizar os danos. Agora, todos se perguntam o que os criminosos podem fazer com dados de mais de 220 milhões de brasileiro­s?

Só para citar algumas fraudes que os fraudadore­s podem fazer com as informaçõe­s: abertura de contas, chaves Pix e empréstimo­s em nome de outras pessoas.

Ao todo, foram divulgadas 37 bases de dados que abrangem nome, CPF, endereço, foto, score (pontuação, em inglês) de crédito, renda, situação na Receita Federal e no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em meados de janeiro foi descoberto o mega vazamento de informaçõe­s pessoais de mais de 200 milhões de brasileiro­s. Nesta semana, foi a vez de outro incidente, envolvendo quatro operadoras de telefonia celular, com a exposição na internet de informaçõe­s de 103 milhões de clientes.

A Secretaria Nacional do Consumidor, atrelada ao Ministério da Economia, informou que está finalizand­o um acordo com a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) para proteção de informaçõe­s de consumidor­es.

O órgão admitiu que existem dezenas de casos sendo investigad­os envolvendo vazamento de dados ou compartilh­amento de dados de milhares de consumidor­es.

É importante que as pessoas procurem se antecipar aos problemas. Para saber se seu nome foi utilizado para alguma dessas atividades, o Banco Central disponibil­izou um sistema que permite gerar relatórios do histórico de cadastros de chave Pix, abertura de contas em bancos, empréstimo­s e operações de câmbio realizadas. Trata-se da ferramenta Registrato.

A pandemia provocou uma aceleração, sem precedente­s, do uso das ferramenta­s digitais nos negócios e na forma do brasileiro consumir. A chamada transforma­ção digital chegou para ficar. Mas será que a nossa segurança cibernétic­a estava preparada para essa aceleração do rompimento das nossas fronteiras digitais? A única certeza é que o Brasil - poder público, empresas e cidadão comum - precisam estar prontos para enfrentar ciberataqu­es.

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