Folha de Londrina

Democracia é voto

- ALEXANDRE GARCIA Alexandre Garcia é jornalista politica@folhadelon­drina.com.br

No Senado americano, Trump livrou-se do impediment­o porque não foi atingida a maioria legal de 67 votos. Faltaram 10 votos. Ele não havia sido reeleito presidente porque lhe faltaram votos. A medida da democracia são os votos. Lira e Pacheco foram eleitos na Câmara e no Senado com mais do que o dobro do concorrent­e mais próximo.

A autonomia do Banco Central, desejada há 30 anos, foi alcançada por 339 votos contra 114. Ou seja, entre nossos representa­ntes, quem quer a autonomia é três vezes mais que quem não quer. Bolsonaro foi eleito presidente com quase 58 milhões de votos - 10 milhões 757 mil votos mais que seu adversário. Democracia é voto. Cuja soma decide quem será a maioria que decide. Por isso o voto é sagrado. E cada voto singular é sagrado, porque um voto sempre é o decisivo; os demais são sobra.

Os que não têm espírito democrátic­o, não aceitam resultados de votações quando perdem; só aceitam quando ganham. Em cabeças totalitári­as, o voto só serve para confirmar sua vontade, exatamente como funciona em regimes totalitári­os, onde se usa o voto para legalizar o que não é legítimo, tal como se lava dinheiro. Quando não se pode fazer isso, tenta-se substituir o resultado de eleições por outros meios. Os sem votos suficiente­s, sem disposição para conviver em democracia, não sabem exercer o papel de minoria e agem para solapar o resultado da vontade da maioria.

Temos visto aqui todos os dias. Uma micro minoria furiosa porque o povo ousou eleger outros que não aqueles que tentaram lhe impor. Deixou de existir a crítica construtiv­a, a oposição corretiva, fiscalizad­ora, necessária para corrigir rumos do governo preferido pela maioria. Em lugar disso, usam de todos os meios para destruir, ainda que atingindo o país. Uma espécie de vingança contra a maioria, de onde veio o poder. Diariament­e se investe em destruição, como agiria um inimigo externo invadindo o país.

Isso acende um alerta para a próxima eleição. Se confundem oposição com sabotagem ao tratamento médico numa pandemia, se pensam que é oposição aproveitar-se de um vírus para enfraquece­r a economia e a renda das pessoas, isso suscita receio sobre o que poderiam fazer com o voto digitado em urnas eletrônica­s que têm pouca chance de auditoria. A melhor prevenção é adotar logo o comprovant­e impresso, três vezes aprovado em lei no Congresso e tantas vezes negado pela Suprema Corte. Seria uma vacina contra fraude.

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