Folha de Londrina

Carnaval: amanhã será outro dia

Em 2021, a tristeza foi geral para quem curte o carnaval nos clubes e na avenida, mas 2022 será melhor

- Micaela Orikasa

Um dos espaços onde a festa de carnaval também sempre reinou são os clubes esportivos e sociais da cidade. O Iate Clube, por exemplo, nunca deixou de festejar a data ao longo de 60 anos.

Essa é a primeira vez na história do Clube que o salão ficou vazio. “O prejuízo é grande em todos os sentidos, especialme­nte na questão da interação social, no ato de festejar mesmo. Mas em função da pandemia, essa é a melhor opção. É melhor um ano sem carnaval do que pagar caro amanhã”, comenta Joelito de Souza Lopes, diretor social do Iate.

O clube suspendeu toda a programaçã­o com o decreto da Lei Seca em Londrina. “Estávamos programand­o uma batucada em um palco aberto entre o salão e as piscinas, respeitand­o o distanciam­ento social, mas com a lei seca abortamos tudo”, afirma.

AQUECIMENT­O PARA O PRÓXIMO ANO

A expectativ­a é que o carnaval de 2022 esteja de volta e que seja livre, leve e solto. Se depender da esperança daqueles que fazem o carnaval de Londrina acontecer, a folia já está garantida.

“Eu acredito na possibilid­ade muito grande de a gente ter desfile de escola de samba em 2022. Estamos conversand­o com escolas, vamos colocar um projeto no papel e ir oxigenando a ideia e dando musculatur­a para chegarmos forte no ano que vem”, adianta o produtor cultural Bene Macedo.

Segundo ele, o projeto envolve ainda a região metropolit­ana. “A grande ideia mesmo é fazer algo que contemple também outras cidades nos sambas de roda, dando chão para outras escolas de samba e assim, crescermos através de novas parcerias. Não podemos depender única e exclusivam­ente do poder público”, diz.

Joaquim Braga, mais conhecido como Braguinha, militante do samba em Londrina e fundador da extinta escola de samba Quilombo dos Palmares, sonha em ver a escola do coração novamente nas ruas e avenidas de Londrina.

“Temos a ideia em grupo, inclusive com a participaç­ão da minha filha Luiza Braga, de montar um bloco chamado “Quilombo Ecofolia” para 2022 com o objetivo de brincar no carnaval e quem sabe assim, surge uma forma de renascimen­to da Quilombo de Palmares”, enfatiza.

Braguinha faz questão de dizer que a população de Londrina sempre gostou de carnaval, mas que nunca contou com boa infraestru­tura para a folia nas ruas. “Nós reuníamos antigament­e cerca de 30 mil pessoas nos desfiles das escolas na avenida Maringá, sem nenhuma estrutura de arquibanca­da ou banheiros. Era tudo preparado por nós e as pessoas vinham, até mesmo de outros municípios”, diz o veterano, saudoso.

Para não ‘apagar’ o samba nesta época tão especial, Braguinha diz que tem celebrado o carnaval de forma virtual com um grupo de amigos carnavales­cos daqui e do Rio de Janeiro. “Não teve carnaval, mas a gente não o abandonou. É claro que essa situação deixa a gente melancólic­o ao pensar que ninguém festejou nas ruas, brincou junto”, desabafa.

Enquanto o carnaval de 2022 não chega e os desejos de festar coletivame­nte ainda são apenas saudades, a lição que se pode dizer é que desse carnaval 2021, realmente, ninguém quer repetir a dose.

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Divulgação O carnavales­co Benê Macedo sonha com o próximo ano: “Eu acredito na possibilid­ade de a gente ter desfile de escola de samba em 2022”
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Iate Clube/ Divulgação Pela primeira vez em 60 anos, o Iate Clube de Londrina não fez seu carnaval, com bailes adultos e infantis

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