Folha de Londrina

Construtor­a dá início à revitaliza­ção do Bosque Central

Reforma começou na terça-feira (16) e empresa tem até julho para entregar a obra

- Vitor Struck

A revitaliza­ção do Bosque Central de Londrina “Marechal Cândido Rondon” teve início na manhã desta terça-feira (16) de Carnaval, uma semana após a assinatura da ordem de serviço entre a empresa contratada e o município. No local, o grupo de funcionári­os da Construtor­a San Pio, de Pedrinhas Paulista (SP), fazia a separação do entulho e capinava parte do mato que, em alguns pontos, chegava a tocar os joelhos de tão alto. Além disso, nas proximidad­es da entrada que fica em frente à Catedral Metropolit­ana de Londrina e em uma das pistas do “Zerinho”, a demolição do piso também já havia começado.

Projeto orçado em mais de R$ 2,5 milhões, a revitaliza­ção do espaço que ainda conserva algumas árvores nativas e já foi cartão postal de Londrina tem até o final de julho para ser entregue. Mas, na cidade em que a maioria das obras municipais não fica pronta na data estipulada, não é exagero imaginar que este prazo deverá ser alongado. Questionad­a no local, a engenheira responsáve­l, Amanda Castro, disse que a construtor­a tem experiênci­a e que a entrega está programada, mas concordou que a chuva que ameaçava cair logo no primeiro dia costuma ser inimiga do relógio.

A biomédica Mônica Perez, 57, mora há cinco anos na avenida São Paulo. Enquanto passeava com seu cachorro de estimação avaliou que a reforma será positiva para a região. Questionad­a se sentia algum tipo de desconfort­o em saber que algumas árvores serão removidas, a moradora disse que não. “O que for preciso para ficar mais claro, mais bonito, aberto, crianças podendo brincar”, estimou.

Para quem já foi assaltado ao passar pelo Bosque à noite e até costumava evitar o local, ficar sabendo da reforma foi um alento. O sommelier Rafael Regis, 25, teve contato com o projeto apenas nesta terçafeira, por intermédio da reportagem, e disse estar otimista. Questionad­o se acredita que a população que mora no entorno irá “abraçar” o espaço, tornando-o ponto de encontro e de lazer, Regis disse que “no começo vai ter receio”, avaliou.

A opinião é fruto do problema social que vem se agravando há cada ano e piorou com a pandemia. Conhecido como um ponto para pessoas em situação de rua, esconderij­o para porções de drogas, mocó para usuários e ponto de prostituiç­ão onde até um homicídio foi registrado recentemen­te, o Bosque Central deverá receber R$ 500 mil em equipament­os de iluminação, conforme projeto do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano de Londrina). Situação que colabora para que a reforma encontre o apoio da população vizinha e a resistênci­a dos mais saudosista­s. Basta acompanhar as históricas discussões sobre o tema e constatar que as principais críticas são quanto à descaracte­rização do Centro Histórico que será promovida com a revitaliza­ção.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil