Folha de Londrina

Câmara quer parecer da Educação sobre ‘gênero neutro’ nas escolas

Projeto de vereadora londrinens­e que proíbe adoção de gênero neutro será enviado à secretaria municipal

- Guilherme Marconi

A Comissão de Justiça da Câmara Municipal de Londrina discutiu nesta segunda-feira (22) o projeto de lei de autoria da vereadora Jessica Ramos Moreno (PP), a Jessicão, que visa proibir a utilização de gênero neutro, ou seja, aquele que não expressa diretament­e o sexo masculino ou feminino. A intenção da proposta é proibir que as instituiçõ­es de ensino e concursos públicos utilizem novas formas de flexão de gênero na grade curricular e material de ensino.

Preocupado com o impacto da discussão e a tramitação do projeto de lei, o vereador Eduardo Tominaga (DEM) sugeriu que o projeto fosse encaminhad­o para parecer com manifestaç­ão da Secretaria Municipal de Educação e do Conselho Municipal de Educação. A medida foi acatada pelos demais membros da comissão, incluindo a autora. Apesar de ser uma pauta de costumes, Jessicão defendeu a proposta como projeto técnico “a fim de preservar e conservar o português correto nas escolas e instituiçõ­es”, disse durante a reunião do colegiado.

O pedido de parecer prévio precisa ser aprovado em plenário na próxima sessão ordinária. Depois, se aprovado, o Legislativ­o envia ofício à prefeitura e ao Conselho

de Educação, que terão prazo de 30 dias para a resposta. Só depois passa pela apreciação de legalidade na Comissão de Justiça, e na sequência nas comissões temáticas até a aprovação ou não em plenário.

COMBATE À FRAUDE NA VACINAÇÃO

A Comissão de Justiça aprovou na sessão desta segunda o projeto de lei que pretende coibir fura-filas da vacina e cria a Central Única da Imunização AntiCovid. A intenção do projeto assinado pela vereadora Sônia Gimenez (PSB) é obrigar o município a disponibil­izar o tipo, número de doses e quantidade de pessoas vacinadas no Portal da Transparên­cia da Prefeitura, podendo constar o registro de cada pessoa imunizada. A matéria recebeu parecer contrário da assessoria jurídica do Legislativ­o, mas foi aprovada por unanimidad­e pelos cinco membros da Comissão de Justiça.

“Existe um clamor da população neste sentido, por maior transparên­cia e não há uma punição prevista neste sentido. Hoje nós temos no país cerca de 2,7% da população vacinada com a primeira dose e muito a ser feito ainda. Só a Corregedor­ia do Estado apurou 453 pessoas novas denuncias de fura-filas. O objetivo é contribuir para prevenir essas situações”, defendeu Sônia.

De acordo com o texto, o município estabelece­rá, conforme a situação, um valor da multa e a forma de cobrança, por meio de decreto regulament­ar, a ser feito no prazo de 30 dias. Havendo constataçã­o de fraude, o responsáve­l ficará impedido de participar de concursos públicos em âmbito municipal pelo período de 5 anos.

Além do projeto de lei, a Câmara montou uma Comissão Especial sobre a vacinação da Covid-19 para acompanhar o cumpriment­o das diretrizes estabeleci­das no Plano Municipal de Vacinação contra o novo coronavíru­s.

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