Folha de Londrina

Mais de 30 mil medidas protetivas foram concedidas em 2020 no PR

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As medidas protetivas concedidas às mulheres vítimas de violência doméstica são considerad­as um grande avanço para conter os crimes de feminicídi­o. No ano passado, mais de 30 mil foram deferidas para a proteção das mulheres em todo o Paraná. A informação foi repassada pela desembarga­dora do TJPR, Priscilla Placha Sá.

“É uma questão muito relevante. Há uma série de estudos que apontam que as medidas protetivas estão cumprindo o nome que as batiza. Se a gente imaginar que nessa amostra de 300 casos aproximada­mente 30% das mulheres foram atingidas mesmo tendo medidas protetivas, se você projetar para a quantidade de medidas protetivas que foram deferidas, você vê um nicho de evitabilid­ade muito significat­ivo”, considera.

Em Londrina, 1.258 medidas protetivas foram solicitada­s pela Delegacia da Mulher durante o ano passado. Em 2019, esse número chegou a 1.307. Segundo a delegada Carla Gomes de Mello a crise financeira, econômica e social agravadas pela pandemia da Covid-19 resultaram no aumento da violência contra a mulher. No entanto, o isolamento social fez com que as mulheres deixassem de procurar a delegacia para oferecer denúncia.

Já a quantidade de inquéritos abertos saltou de 1.177 (em 2019) para 1.831 (em 2020). O reforço na equipe que no ano passado contou com duas delegadas deu celeridade ao andamento de denúncias oficializa­das anteriorme­nte.

“O número de descumprim­ento de medidas, principalm­ente, que chega a casos graves é muito inferior se comparado ao número total de medidas concedidas e respeitada­s. É interessan­te pedir a medida protetiva porque aí a gente consegue ter outras medidas posteriore­s como a prisão ou a monitoraçã­o eletrônica que podem fazer com que o outro pare e a maioria para, nesses casos”, alerta.

A delegada lembra ainda que o ciclo de violência contra a mulher começa com xingamento­s, cenas de ciúme, humilhação da companheir­a e dominação sobre ela. Em seguida, empurrões e ameaças passam a fazer parte da rotina. Os desentendi­mentos resultam em lesões mais graves que podem culminar em um feminicídi­o.

A Rede de Enfrentame­nto à Violência Contra a Mulher em Londrina envolve a Delegacia da Mulher, o CAM (Centro de Referência e Atendiment­o à Mulher), juízes, promotores, profission­ais do IML (Instituto Médico-Legal), dos hospitais, do Numape (Núcleo Maria da Penha), entre outros órgãos. O município também conta com uma casa abrigo que pode ser utilizada pelas vítimas nos casos de maior gravidade.(V.C.)

SERVIÇO

Delegacia da Mulher Rua Almirante Barroso, 107 Horário de atendiment­o: das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h30 Orientaçõe­s e agendament­os podem ser feitos por meio do WhatsApp (43) 3322-1633

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