Ainda defasada, Petrobras sobe mais de 12% após tombo
São Paulo - A Petrobras recuperou R$ 28,98 bilhões dos R$ 102,5 bilhões em valor de mercado perdidos com a interferência de Jair Bolsonaro (sem partido) na estatal.
Nesta terça-feira (23), as ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras subiram 12,17%, a R$ 24,06 cada, após caírem 21,51% na segunda (22). As ordinárias (com direito a voto) tiveram alta de 8,95%, a R$ 23,48.
“As sinalizações são que essa é uma intervenção pontual, sem intervenções no conselho e na diretoria da empresa, até mesmo pelo respaldo estatutário da Petrobras, que não permite que essas ações sejam feitas”, diz Henrique Esteter, analista da Guide Invetimentos.
Segundo analistas, a valorização também é fruto da compra das ações por parte de investidores que veem uma boa oportunidade no atual preço da companhia.
Na Bolsa de Nova York, as ADRs (certificados de ações negociados nos Estados Unidos) da Petrobras fecharam em alta de 6,68%, a US$ 8,47, após tombarem 21% na véspera.
De acordo com especialistas, porém, ainda é cedo para avaliar o investimento na estatal, já que deve haver uma troca no seu comando, com a provável posse do general Joaquim Silva e Luna, e ainda restam dúvidas no mercado com relação à política
PETROBRAS
de preços da Petrobras.
A CVM abriu dois processos contra a Petrobras na esteira do imbróglio causado pelo anúncio de troca no comando. A Justiça Federal de Minas Gerais pediu explicações de Bolsonaro e da companhia no prazo de 72 horas.
O governo estuda reduzir o impacto do aumento dos preços dos combustíveis sem interferir na política da Petrobras com a criação de um “voucher caminhoneiro”.
O avanço na privatização da Eletrobras também tranquilizou o mercado. As ações da empresa saltaram após a agência de notícias Reuters informar que governo publicaria ainda nesta terça uma medida provisória associada a seus planos de privatização da elétrica federal.
Mais tarde, a Presidência do Senado comunicou que a MP será entregue às 19h30 desta terça em ato simbólico no Congresso Nacional.
A MP deve permitir que o BNDES inicie estudos sobre a desestatização da companhia e sua publicação vem após notícias recentes que geraram preocupação entre investidores quanto à viabilidade política da transação.
Os novos presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizaram, antes de serem eleitos em 1° de fevereiro, que a privatização da Eletrobras não seria uma prioridade para o Congresso em suas gestões.
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