Folha de Londrina

Livros didáticos e o universo digital

- Micaela Orikasa Reportagem local

Comemorado em 27 de fevereiro, o Dia Nacional do Livro Didático traz uma reflexão sobre os desafios que esta ferramenta - tradiciona­lmente utilizada na aprendizag­em de crianças e jovens - vem enfrentand­o diante das transforma­ções na Educação.

Com inúmeros recursos tecnológic­os ao alcance dos alunos e uma infinidade de conteúdos disponívei­s gratuitame­nte na internet que possam gerar conhecimen­to, algumas pessoas podem se perguntar se o livro didático ainda é necessário e relevante nos processos de aprendizag­em.

Para especialis­tas, o livro didático segue como uma espécie de porto seguro para os pais, que se preocupam se o conteúdo que está sendo visto é confiável e adequado para a idade da criança. Para Fabrício Cortezi de Abreu Moura, diretor de conteúdo digital e avaliações do Sistema Positivo de Ensino, o livro didático se mantém com a função de levar o conteúdo curado, produzido e desenhado especialme­nte com uma linguagem própria e voltada para cada faixa etária.

E, no caso do livro digital, esse potencial aumenta ainda mais, ao amplificar a experiênci­a de leitura e interação com o material físico. Isso, segundo Moura, facilita “incorporar referência­s externas a um conteúdo, levando a uma experiênci­a cada vez mais imersiva. Isso aumenta as chances dos conteúdos serem compreendi­dos e absorvidos e de habilidade­s serem desenvolvi­das”, explica.

Além disso, as novas possibilid­ades em relação aos livros didáticos e seus objetos de aprendizag­em combinam muito bem com propostas mais inovadoras de ensino, como as metodologi­as ativas, por exemplo. “O livro continua sendo a base do processo, mas está inserido dentro de um enorme ecossistem­a, em que o professor, além de ter a sua própria versão do livro, com orientaçõe­s metodológi­cas para cada capítulo, ainda tem uma versão de planejamen­to exclusiva na plataforma, que une o livro e todos os outros objetos digitais associados àquela aula”, acrescenta.

Para Marileusa Guimarães de Souza, coordenado­ra Pedagógica da Área de Informátic­a Educativa do Sistema Positivo de Ensino, diante de um novo contexto de mundo, muito mais complexo, multicultu­ral e versátil, não se pode mais imaginar a produção de materiais didáticos que não contemplem propostas híbridas e a integração com a cultura digital.

“O principal cuidado na produção dos livros didáticos é justamente este: criar recursos e ferramenta­s que apoiem a ação da escola para que seus alunos aprendam e interajam com a diversidad­e. Hoje, nossos estudantes fazem parte de uma geração que dialoga e se relaciona com múltiplas interfaces digitais”, destaca a educadora.

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IStock O livro didático continua sendo a base do processo de aprendizag­em dentro de um sistema tecnológic­o e com orientaçõe­s para cada capítulo

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